Como
é do conhecimento público, local, nacional e mundial, neste último
Sábado caiu-me em cima o número 61 de primaveras contadas. Não é
por nada, não sei porquê, mas não gosto do 61. Gostei mais do 60.
Bem sei que cheira a saudosismo, mas é assim. Mas também gosto do
futuro, por exemplo, adoro o 69. É uma combinação futurista de
dois números encavalitados. Cheira a generosidade, solidariedade,
partilha, identifica-se muito comigo, que tenho alma de artista.
Pronto, mas já que não é possível manter-me nos “se senta”,
caminhemos então alegremente para o 69, como quem diz, para os “se
tenta”.
Mas,
vamos lá ver, não iniciei esta sopa de letras para fazer
explanações filosóficas. Ao começar a crónica era (é) minha
intenção somente agradecer as milhares (ou milhões?) de mensagens
de congratulações. À laia de pedido de desculpas, ainda tentei
colocar a minha secretária particular, a Etelvina, “melhor que
pudim flan”, a responder individualmente a cada um, mas, às
tantas, numa sinfonia monocórdica, comecei a ouvir o “plin”,
“plin”, “plin” -eram as mensagens
a cair no Facebook- e, não fosse acontecer um novo bloqueio nas
comunicações terrestres e ser responsabilizado o SIRESP, virei-me
para a Etelvina e disse: alto e pára o baile!
Temos de interromper a obrigação de regresso, caso contrário
teremos outra calamidade nacional e, sei lá, lá vai a Altice, a
dona da MEO, mandar-me mais uma mensagem para eu fidelizar a Internet
ao meu telemóvel se não responder dentro do prazo convencionado por
eles. Vamos fazer o seguinte, Etelvina, depois escrevo uma
notificação mundial de agradecimento a todos os que me desejaram
melhor sorte para o futuro do que a que tive até agora.
E
cá estou, então, a plasmar o meu reconhecimento. Sem
particularizar, vou começar pela gente comum, pelos meus amigos mais
simples. Muito obrigado a todos. Muito agradecido pelas centenas
-centenas? milhares!- de prendas que enviaram. Infelizmente, devido
ao elevado número, ainda não abri nenhuma. Aliás, ainda não as
levantei da estação. Tenho de alugar um camião com reboque. São
tantas, tantas que até estou a pensar em contactar os serviços
voluntários do Banco Alimentar para me ajudar nesta grande
empreitada. Para aqueles que ainda não enviaram e estão hesitantes
entre um par de canadianas, uma bengala, ou uma arrastadeira, não
façam nada disso! Se posso pedir, agradecia um “voucher”.
Naturalmente, sempre preocupado com as finanças dos meus amigos, não
quero abusar. Para os mais endinheirados, pode ser uma semana na
Tailândia, uma semanita no Brasil -sem acompanhante feminina, que já
tenho. Para os mais empobrecidos pode ser uns dias no norte de
Portugal com uma viagem no Douro incluída. Para os que estiverem
completamente nas “lonas” podem optar por uma
viagem paga no “Basófias”, o barco que faz viagens
no Rio Mondego.
E
agora vou para os mais importantes, aqueles de peso cujo nome sonante
faz tremer o Tonecas, um dos muitos gatos “ocupas”
que habitam um prédio devoluto no meu largo.
Seguindo a hierarquia institucional, elevo a minha gratidão ao Chefe de Estado, meu amigo e seguidor do blogue, Marcelo Rebelo de Sousa. Estou eternamente agradecido por não ter vindo pessoalmente, no Sábado, dar-me os parabéns. Ainda bem que não o fez. Se o tivesse feito teria vindo desestabilizar-me completamente. Imagino o caos total com a imprensa a entrevistar-me e a tratar-me como se eu fosse um sobrevivente de Pedrógão Grande. Obrigado, amigo Marcelo.
Seguindo a hierarquia institucional, elevo a minha gratidão ao Chefe de Estado, meu amigo e seguidor do blogue, Marcelo Rebelo de Sousa. Estou eternamente agradecido por não ter vindo pessoalmente, no Sábado, dar-me os parabéns. Ainda bem que não o fez. Se o tivesse feito teria vindo desestabilizar-me completamente. Imagino o caos total com a imprensa a entrevistar-me e a tratar-me como se eu fosse um sobrevivente de Pedrógão Grande. Obrigado, amigo Marcelo.
Continuando
na mesma linha, estou muito sensibilizado pela prenda do “Toino”
Costa, aliás, António Costa, primeiro-ministro de Portugal. Nesta
sexta-feira última o Costa promulgou o decreto-lei a dar-me a
possibilidade de me reformar. Pela boca do ministro da Solidariedade
Social, foi dito que esta medida visava contemplar cerca de quinze
mil portugueses, com 60 anos e 46 de descontos para a TSU, Taxa
Social única. Mas eu sei que o “Toino”, quando mandou promulgar
a lei, só estava a pensar em mim e na nossa amizade. Obrigado,
camarada! (Cá para nós que ninguém nos ouve, claro que tu queres é
que eu calce as chinelas e não escreva mais nada contra o teu
correlegionário Machado! É isto, não é, “Toino”?
Confessa!)
A
seguir, vai um beijinho para a Catarina Martins, do Bloco de
Esquerda. Deu para ver que, pelo “assédio” junto do
primeiro-ministro para que este não esquecesse os “desgraçados”,
como eu, que começaram a trabalhar em criança, ela só pensava em
mim. Obrigado, Catarina!
Um
agradecimento ao camarada Jerónimo de Sousa pela intenção de me
enviar dois convites para a Festa do Avante, na Quinta da Atalaia.
Ainda não recebi, mas tenho a certeza que o camarada não me
esqueceu e vai enviar. Até daqui a uns dias. E obrigado!
Naturalmente
que não podia esquecer o meu ex-amigo Passos Coelho. Estou muito
sensibilizado pelas suas declarações recentíssimas de estar contra
o Governo em este alargar os escalões do IRS. Tenho de confessar que
já tinha saudades da miséria passada em 2012, 2013 e tempos
seguidos. É verdade, sim! Este tempo de fartura que o Governo nos dá
e quer dar mais é de tal modo desadequado que não páro de engordar
todos os dias. Só para ver a coisa, desde que o meu amigo “Toino”
Costa entrou com a “Geringonça” já comprei cinco
cintos, uns atrás dos outros, no Luís “Cueca” - é
um meu colega comerciante, bom vizinho e amigo, e que, tal como eu,
escreve uns disparates.
Como
é óbvio, não poderia esquecer a Assunção -a Cristas, do CDS-, a
minha devotada, que ainda não sei o que me vai enviar mas, acredito,
vindo de quem vem, deve ser um par de meias.
E
agora, vamos então falar para gente importante. Isto é que é
assunto. Dirijo-me ao “my friend” Donald
Trump que, por estar ocupado em resolver questões raciais,
mandou a Melania. Obrigado, presidente. Isso é que é mesmo
generosidade!
Uma
palavra de apreço para o presidente francês Emmanuel Macron,
que enviou a Brigitte. Obrigado Emmanuel,
mas, se não ficares ofendido, vou fazer a devolução da Brigitte.
Fico só com a Melania.
Por
último, e me desculpem os outros grandes chefes mundiais e meus
estimados que não vou citar, uma grande curvatura de coluna para o
camarada da Coreia do Norte, Quim Jong-un. Sei que ele
está a pensar em enviar um míssil intercontinental. Obrigado, meu
grande amigo, mas dispenso. Nunca fui muito ligado a brinquedos
militares. Manda antes uma viagem de ida e volta com tudo pago.
A
todos, os meus agradecimentos.
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