Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político, de
empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais
da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas
eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que,
se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e
o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo.
Obrigar
a EDP a rever a segurança de todas as caixas de derivação
instaladas na via pública, na Baixa.
Para
melhor explicar o que se pretende, vou contar um acontecimento
recente.
Cerca das 22h00 de ontem, mais
precisamente no Largo da Freiria, na Baixa, um vizinho apercebeu-se
que uma caixa de derivação da EDP, colocada a cerca de quarenta
centímetros do chão, chispava e soltava um som parecido com o
sibilar de uma cobra. Pelo que é exigível dentro dos princípios de
cidadania, ligou para as “Avarias da EDP” a dar conta da
ocorrência. Como é normal, vieram os técnicos de uma firma
subcontratada e repararam o “curto-circuito”. Para nossa
surpresa, hoje de manhã, reparámos que a caixa, que tem um pequeno
orifício para cadeado ou selo, ficou apenas encostada e de fácil
acesso para uma criança a abrir e ser electrocutada. Como encarar
este procedimento? Desleixo unicamente atribuído ao especialista
responsável pela reparação ou, em especulação, agirá assim por
ordens superiores?
Sabemos
bem que em caso de acidente a empresa eléctrica é responsável
civil e criminalmente. Mas isso chega? E quem perde uma criança,
como fica? A perda de alguém pode ser remível por dinheiro ou
cadeia?
Onde cabem os princípios da
prevenção e da responsabilidade social da EDP?
E
não se pense que esta caixa deixada aberta é um caso isolado. Ao
lado, na Travessa da Rua Velha, está outra estrutura em piores
condições. Com os fios à mostra de todos, desconhecemos se está
ou não ligado à corrente. Presumimos que não estará. Mas, a ser assim, o que faz ali aquele espectáculo de fios descarnados a conspurcar a paisagem? Não
deveria ser retirado de vistas?
Não
percorremos a Baixa toda em busca de mais anomalias, mas será de
supor que estas agora relatadas não serão casos isolados e perdidos
no universo de uma cidade.
Dá impressão que esta grande
empresa de electricidade faz o que bem entende e, sobretudo o poder
político, ninguém a chama à razão.
Atente-se,
por exemplo, nos relógios que regulam a iluminação pública. Como
se sabe a partir de 15 de Agosto os dias começam a encurtar a grande
velocidade. Ou seja, hoje, 30 do mesmo mês, às 20h00 as ruas
estreitas ficam envolvidas por um incomodativo negrume que incute um psicológico receio. Pois,
seguindo o horário do pico do verão, a iluminação pública só
acende por volta das 20h30. Todos os anos, nesta altura, acontece o mesmo procedimento. É um “pormenorzinho”, um
ínfimo detalhe? Pode ser, mas marca toda a diferença. Dá impressão
que anda tudo a rolar ao sabor da vontade do interesse de alguns.
Vale
a pena pensar nisto?
TEXTOS RELACCIONADOS
Sem comentários:
Enviar um comentário