sexta-feira, 18 de agosto de 2017

BAIXA: MEDIDAS DESPENALIZADORAS E A FAVOR DA REVITALIZAÇÃO (4)




Tendo em conta a continuada situação de empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou a escrever p'ro boneco? É o mais certo!


O estacionamento público, com recurso a barreiras e a parquímetros, deve passar a ser onerado somente até às 17h00 (em toda a cidade);
Durante o Sábado todo o dia o estacionamento público, com recurso a barreiras e parquímetros, deve passar a ser gratuito (em toda a cidade);
Devem ser criadas áreas de estacionamento gratuito, nomeadamente as zonas da Casa do Sal, Choupal e Rua Padre Estêvão Cabral.



Um dos maiores obstáculos a ser superado na Baixa -na luta desigual entre o comércio tradicional e as grandes superfícies- é, por um lado, o elevado custo do estacionamento público e privado, por outro, a carência de lugares gratuitos.
Quer o anterior executivo de Coligação PSD, quer este do PS nenhum deles se importou minimamente com o facto da Baixa precisar de zonas de paragem desoneradas para automóveis. Como se a autarquia defendesse sem despudor os parques de estacionamento privados e, não lhe fazendo concorrência, abdicasse do serviço público, a sua preocupação foi sempre conseguir confiscar o máximo a quem pretende aceder à zona histórica, seja para fazer compras seja para tratar de assuntos administrativos. Num critério duvidoso do ponto de vista equitativo, esteve sempre presente o recurso à multa de trânsito para castigar quem se desloca a esta zona demasiadamente desertificada. Sabendo que a gratuitidade no estacionamento é fundamental na hora de decidir onde se vai comprar, quer o PSD quer o PS, tiveram sempre uma visão egoísta e desligada do progresso do coração da cidade, sobretudo não ligando este factor importantíssimo ao desenvolvimento da Baixa de Coimbra. Infelizmente, sem até aqui haver um presidente da Câmara Municipal que salve a classe política local, é o que temos tido. Sem grande esperança, acredito piamente que o mesmo situacionismo se irá manter na próxima década -pelo menos até ao desaparecimento total da pequena loja de bairro.
Devido à falta de políticas urbanas agregadas, daí defender-se que, depois do encerramento dos estacionamentos gratuitos no Terreiro da Erva e na Praça das Cortes, na Margem Esquerda, é de elementar justiça que a edilidade abdique do pagamento na zona da Casa do Sal e o transforme em acesso livre. Assim como há muito tempo que se exige que sejam concedidas duas horas para se fazerem compras livremente sem pagamento. Como tal, a meu ver, a paragem apenas deveria ser cobrada até às 17h00 -o restante do dia ficaria livre de ónus para quem aqui tivesse necessidade de se deslocar. No Sábado a mesma coisa: ser gratuito durante todo o dia. No tempo do “ancien regime”, no anterior executivo, chegou a ser anunciado que aos Sábados o estacionamento público não seria pago. Porém, para além de nunca alterarem os parquímetros, nada se fez para implementar a medida com publicidade nas máquinas de moedas.
Os governos locais, desde 2001 até hoje, trataram sempre a Baixa como uma reles prostituta. Servem-se dela quando a necessidade obriga e a seguir abandonam-a e desprezam-na. Para exemplificar, já não falando nas obras em tempo de eleições, repare-se que todos os candidatos a pretor urbano têm a sua sede na Baixa. Porquê?


TEXTOS RELACCIONADOS


Sem comentários: