Tendo
em conta a continuada situação de empobrecimento e desalento que as
actividades comerciais tradicionais da Baixa de Coimbra atravessam,
diariamente e até às próximas eleições autárquicas de 01 de
Outubro, vou sugerindo medidas que, se houvesse vontade política,
poderiam servir para atenuar a queda e o encerramento de mais espaços
mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo!
O
estacionamento público, com recurso a barreiras e a parquímetros,
deve passar a ser onerado somente até às 17h00 (em toda a cidade);
Durante
o Sábado todo o dia o estacionamento público, com recurso a
barreiras e parquímetros, deve passar a ser gratuito (em toda a
cidade);
Devem
ser criadas áreas de estacionamento gratuito, nomeadamente as zonas
da Casa do Sal, Choupal e Rua Padre Estêvão Cabral.
Um
dos maiores obstáculos a ser superado na Baixa -na luta desigual
entre o comércio tradicional e as grandes superfícies- é, por um
lado, o elevado custo do estacionamento público e privado, por
outro, a carência de lugares gratuitos.
Quer
o anterior executivo de Coligação PSD, quer este do PS nenhum deles
se importou minimamente com o facto da Baixa precisar de zonas de
paragem desoneradas para automóveis. Como se a autarquia defendesse
sem despudor os parques de estacionamento privados e, não lhe
fazendo concorrência, abdicasse do serviço público, a sua
preocupação foi sempre conseguir confiscar o máximo a quem
pretende aceder à zona histórica, seja para fazer compras seja para
tratar de assuntos administrativos. Num critério duvidoso do ponto
de vista equitativo, esteve sempre presente o recurso à multa de
trânsito para castigar quem se desloca a esta zona demasiadamente
desertificada. Sabendo que a gratuitidade no estacionamento é
fundamental na hora de decidir onde se vai comprar, quer o PSD quer o
PS, tiveram sempre uma visão egoísta e desligada do progresso do
coração da cidade, sobretudo não ligando este factor
importantíssimo ao desenvolvimento da Baixa de Coimbra.
Infelizmente, sem até aqui haver um presidente da Câmara Municipal
que salve a classe política local, é o que temos tido. Sem grande
esperança, acredito piamente que o mesmo situacionismo se irá
manter na próxima década -pelo menos até ao desaparecimento total
da pequena loja de bairro.
Devido
à falta de políticas urbanas agregadas, daí defender-se que,
depois do encerramento dos estacionamentos gratuitos no Terreiro da
Erva e na Praça das Cortes, na Margem Esquerda, é de elementar
justiça que a edilidade abdique do pagamento na zona da Casa do Sal
e o transforme em acesso livre. Assim como há muito tempo que se
exige que sejam concedidas duas horas para se fazerem compras
livremente sem pagamento. Como tal, a meu ver, a paragem apenas
deveria ser cobrada até às 17h00 -o restante do dia ficaria livre
de ónus para quem aqui tivesse necessidade de se deslocar. No Sábado
a mesma coisa: ser gratuito durante todo o dia. No tempo do “ancien
regime”, no anterior executivo, chegou a ser anunciado que aos
Sábados o estacionamento público não seria pago. Porém, para além
de nunca alterarem os parquímetros, nada se fez para implementar a
medida com publicidade nas máquinas de moedas.
Os
governos locais, desde 2001 até hoje, trataram sempre a Baixa como
uma reles prostituta. Servem-se dela quando a necessidade obriga e a
seguir abandonam-a e desprezam-na. Para exemplificar, já não
falando nas obras em tempo de eleições, repare-se que todos os
candidatos a pretor urbano têm a sua sede na Baixa. Porquê?
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