Subitamente, nesta manhã quase
outonal, o Largo da Portagem acordou sem um dos taipais que obstaculizava a
panorâmica do hall de entrada na
cidade. Como sempre, quando acontecem destas coisas, ninguém viu nada, nem
alguém ousa comentar. O único que viu com certeza absoluta tudo o que se
passou, num desrespeito por quem escreve –que aliás, vindo de quem vem nem
admira- entretido a tirar notas com o caderno e a pena não mão, não liga aos
meus apelos de procurar ser o mais objectivo possível. Lá do alto do pedestal
onde foi colocado, Joaquim António de Aguiar, o “Mata-frades”, envolvido pela nuvem em céu azul, nem se digna
desviar o olhar da folha de apontamentos. Já nem reclamei. Para quê? Se o
fizesse estaria a perder tempo. Paciência! Até porque sendo este personagem um
lendário político, sem ofensa para quem o é, o que se poderia esperar dele, se
não o silêncio? Aliás, se falasse, está de ver que as suas frases seriam
titubeantes assim no género: “sim..
talvez… nem por isso… ou antes pelo contrário!”
Especulando, é muito possível que
esta retirada estratégica a coberto da noite se deva à divina providência, em clara protecção para com o antigo largo de
Miguel Bombarda. Embora, cá para mim, a gota
não bate com a perdigota. Ou seja, a ser assim, cabendo a responsabilidade
por inteiro à divina providência,
sabendo nós que o dono do largo, o “Mata-frades”
foi responsável pela extinção das ordens religiosas em Portugal e incorporação
do seu património na Fazenda Nacional, vem agora Deus, dando a outra face e como se quisesse proteger o Banco de
Portugal de tais companhias, expulsar o demónio do tapume? Nã… nã…! Isto aqui há coisa! É que convém não esquecer, ainda lá está
outro painel. Continuando a especular, será que um, o que foi retirado no calor
da noite partidária, estava sob regência de Deus e o outro sob o Demo? Será que
o Criador, tentando fazer as pazes com o “Mata-frades” e como que a querer dar
o exemplo, quis dar uma de bonzinho?
E o outro “outdoor” vai ser retirado
antes do dia de eleições? E eu sei lá?!
1 comentário:
Eu não reclamo mas, o meu voto irá expressar o que penso acerca desta interpretação abusiva da lei que leva os candidatos a obrigar os cidadãos a conviver com todo o lixo urbano que espalham pela cidade ...
Engraçado! Hoje atravessava a ponte a caminho da Universidade e quando dei pela falta do cartaz de um candidato, enquanto o de outro permanecia lá, pensei: hum...aqui há coisa!
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