Tal como escrevi ontem aqui, a
pastelaria Império, na Rua da Sofia, encerrou. Sem qualquer comunicação nos vidros, hoje o
estabelecimento, como combatente após o armistício que recusa render-se ao
inimigo, mantinha-se igual a outro qualquer dia. Apenas com uma diferença: as
suas portas estavam encerradas. Quem passou e não sabia deste fecho, mais que
certo, pensou que estaria em dia de folga de pessoal. Para mim, que trabalhei
lá em 1972, embora durante poucos meses, é uma dor de alma saber que acabou a sua
história de cerca de sete décadas. Olho para a sua quietude e faço comparação
com um cão morto na berma da estrada. Enquanto vivo foi tão importante para
alguém. Perdeu a vida e nem a dignidade de ter um espaço para ser enterrado
merece. Esta apatia para com este tão importante estabelecimento da Baixa de
Coimbra dói. Paz à sua alma! Apetece
dizer.
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