Hoje, Domingo, dia 8 de Setembro,
o Rancho das Tricanas de Coimbra –uma colectividade da Baixa com mais de sete décadas de existência com sede na Rua do
Moreno- realizou um festival de folclore na Praça do Comércio, com começo às
17h00.
Com um cortejo formado por três
grupos convidados, iniciou-se a caminhada junto à Câmara Municipal e, perante
imensos turistas a tirarem retratos, seguiu em direcção à antiga Praça Velha, o
local habitualmente destinado a manifestações culturais e rodeado com duas
igrejas, uma delas, a de São Tiago, que remonta ao século XII. Tudo estaria bem
se não fosse o caso de este espectacular e ancestral largo estar pejado de
automóveis estacionados. Mesmo junto ao palco havia duas viaturas. Cadeiras e
público lá se acomodaram no meio daquela tralha de conspurco e conspirativo visualmente.
Há aqui, nestes continuados
abusos, duas premissas que interessa salientar. Por um lado é o atrevimento, a prepotência
de quem, sem o mínimo de sensibilidade e respeito por quem se esforça por fazer
cultura, acha que o espaço citadino lhe pertence por inteiro e se está a marimbar
para os outros. Por outro lado, e este é que gostava de ressalvar, é a
manifesta falta de coordenação, e de autoridade, das polícias, PSP, Polícia de
Segurança Pública –que tinha por lá dois agentes-, e a Polícia Municipal. Não
passaram muitos anos ainda em que casos como estes relatados agora dariam imediatamente origem aos automóveis serem multados e rebocados. Acontece que
nem uma coisa nem outra foram feitas. É esta displicência, por parte das
autoridades, que agride, provoca raiva em verificar que nada se faz para
melhorar as coisas. Se estes prevaricadores diários não vão ao bem o que se
espera para ir ao mal?
Todos os dias se escreve na
imprensa a falta de autoridade do Estado na segurança de pessoas e bens e
visa-se o Governo. Ora, casos como estes de prevaricação tratam-se da directa decisão, pela
vontade, dos comandantes distritais destas polícias. As ordens emanadas, da
segurança interna local, mesmo sob o âmbito nacional, é da sua inteira
responsabilidade. O que transparece é que anda tudo na estrita vontade de Deus.
O Criador lá se encarrega de que tudo saia mais ou menos bem, "se Deus Nosso
Senhor quiser", crê-se. O desrespeito por quem trabalha está a atingir picos nunca antes
concebidos. Já nem vale a pena referenciar o estafado argumento da classificação
de Coimbra Património Mundial, atribuído pela Unesco –que, aliás, a impressão
que dá é que, se nada for feito, dentro de pouco tempo, será retirada. Basta
atentar no continuado estado de sujeira, com sacos de lixo espalhados a
qualquer hora pela Baixa.
Ao menos, no mínimo,
salvaguarde-se uma necessária consideração pelas pessoas envolvidas em trazer
animação gratuita ao Centro Histórico. Tenham dó!
2 comentários:
Tem toda a razão
lute pela cultura da nossa Cidade.
não estava ninguém da Câmara. Não é por acaso. A vereadora da Cultura só aparece para o penacho. O Rancho de Coimbra merece respeito.
Quanto ao comportamento das Polícias no que ao estacionamento na Praça do Comércio é para esquecer.Um autentico escândalo.
Na verdade para a Cultura da Câmara o Rancho de Coimbra é o parente pobre da Cultura Popular.
Veja-se o comportamento desses Sr(s) que não se dignificaram aparecer no Festival de uma colectividade com 75 anos. Será que a sua presença obrigava atribuição de uma medalha?
Pois falta sensibilidade.É pena Sr(a) vereadora que tem as suas raízes na Baixa. Desculpe isso e passado.
Lamento que so da autarquia Freguesia estivesse o Sr.Carlos Clemente de São Bartolomeu.
O Rancho de Coimbra merece respeito e carinho.
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