Todos os dias ouvimos dizer que a
vida, no seu continuum, é um escolher
permanente. Começamos logo ao acordar, a optar pelo que queremos pensar. A seguir se devemos levantar-nos imediatamente
ou estar mais um bocado na cama a “adornar”. Depois, de fazer a higiene diária,
se devemos vestir ou não aquela camisola, e assim sucessivamente. A opção
estará para a existência como o sal estará para a comida. Porém há preferências
e preferências. Há o eleger um caminho em demérito de outro –sim, porque a
eleição de um, inevitavelmente, implica a preterição de outro-, mas, qualquer
um deles que se prefira, mesmo que corra mal, não virá por isso mal ao mundo,
como quem diz, para nós. Mas e quando a escolha implica apontar o vazio, a indecisão de não se saber o que virá depois? Ou seja, imaginemos uma bifurcação com
duas estradas. Cada uma, com uma placa. Uma da sinaléctica mostra em letras
douradas: “uma vida sem risco, sem
sobressaltos de maior; as mesmas discussões que se tornam adornos de
imbecilidade; uma existência apagada, sem rasgo; carência de pulsar; vida
material continuada; felicidade sem brilho mas garantida; o mesmo ramerrão de
sempre.”
A outra placa apresenta-se
descolorida, com letras pretas, que já viram melhores tempos, e mostra-se
assim: “se entrares por este caminho nada
terás certo. Apenas a certeza de que arriscaste e não te acomodaste ao alcance
do teu olhar. Escolheste um mundo novo para além da linha do horizonte que
desconheces mas, quem sabe, poderá se revelar um destino feliz?”
Qual dos caminhos escolher?
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