Em cerca de quatro décadas de
usufrutuário da Baixa da cidade, entre empregado do comércio e patrão, nunca
tinha assistido a uma vaga de encerramentos de lojas para férias, durante os
meses de Agosto e Setembro, como este ano.
Em juízo de valor, sabendo nós a
crise económica e financeira que atravessa todo o tecido comercial, será muito
fácil de criticar a medida. Fui, por isso mesmo, tentar compreender o que
levaria um comerciante a encerrar a sua loja numa altura de tanta dificuldade… pelo
menos para mim. Vamos ler o que um lojista terá para nos dizer. Se calhar,
depois de ler, ficamos com outra ideia. Vamos ver:
“Numa primeira análise, a frio, pode parecer muito estranho, mas ouve a
minha versão e depois ajuíza nos conceitos. Estou aqui todo o ano, pouco faço de
movimento e, mais que certo, um dia destes encerro. Ora diz-me o que estou eu a
fazer aqui? Então, já que tenho quase 60 anos, aproveito para tirar uns dias, ir
descansar até à praia, ou fazer outras coisas. Podes crer, se valesse a pena eu
estaria aberto. Encerrei porque não vale mesmo estar aqui à espera de quem não
prometeu vir.”
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