sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
O PAI NATAL DO SONHO DO ADRO
Andava a passear sem enfado
quando olhei e me aconteceu
ver em frente ao Sonho do Adro
uma figura que me pareceu
ser imagem de um quadro
de um tempo que é só meu;
Palavra que era o Pai Natal,
com barbas brancas, velhinhas,
com seu ar de quem não faz mal,
a adultos e a todas as criancinhas,
parecia mesmo o nosso avô Juvenal
quando nos fazia ler nas estrelinhas;
É um conto agora recordado,
sem lugar nesta modernidade
hoje, luz opaca, já foi ultrapassado,
é pura e simplesmente a saudade,
já não dá prenda ao carenciado,
simboliza o apelo à precariedade;
O Pai Natal está desempregado,
as crianças perderam o acreditar,
já não vêem o distribuidor sonhado
que escalava telhados para chegar,
sem se importar com o fardo,
mensageiro, em missão de alegrar;
É um boneco na rua do consumismo,
idoso, está em coma de doença fatal,
em pandemia, sofre do determinismo,
não há vacina para impedir o mal,
acabou o sonho, estamos no realismo
como tudo: vai morrer o Pai Natal.
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2 comentários:
Gosto do nobre sabor popular das suas rimas !
Não é porém esta morte que me vai doer muio...
Let(art)
Obrigada, Lette. A menina é uma querida.
Abraço e volte sempre.
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