domingo, 29 de maio de 2022

PS MEALHADA: UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Como se sabe anda um prurido no ar do céu da Mealhada acerca do programa de investigação de Ana Leal, agora, a trabalhar para a CMTV, em que, a meu ver, de forma torpe, é envolvido o cidadão, viúvo há cerca de uma década, António Jorge Franco por uma relação passional com uma senhora de Viseu.

Antes de prosseguir vou fazer uma ressalva e um esclarecimento: A ressalva é que quando esta senhora jornalista trabalhava na TVI, algumas vezes elogiei o seu desempenho, outras vezes insurgi-me contra a sua forma intempestiva, predadora de acusar alguém em directo sem inquérito prévio ou consequente julgamento. Tal como agora, é uma deriva justicialista e populista que, notoriamente, não facilita uma defesa a que qualquer acusado tem direito.

O esclarecimento:A união de facto é a situação jurídica de duas pessoas que, independentemente do sexo, vivam em condições análogas às dos cônjuges há mais de dois anos.

O que está em causa? Segundo o programa de Ana Leal, passado na última Quinta-feira no referido canal, de forma intrépida, invasiva e intrusiva, com um contraditório discutível a todos os níveis da mais elementar decência, vimos a jornalista a incriminar peremptoriamente, sem margem para contestação, o visado de estar a viver em “União de factohá vários anos e, ao mesmo tempo, a receber ilegalmente a pensão de viuvez referente à falecida.

O que se viu no ecrã foi um Franco apanhado de surpresa, algo titubeante, a afirmar que não vivia em “União de facto” com a alegada companheira. Disse que cada um vivia na sua casa própria, no caso, a senhora em Viseu, onde tem a sede de morada fiscal e o cidadão em Silvã, aldeia do concelho da Mealhada.

Pela jornalista, foram interrogados moradores da aldeia que, aparentemente sem maldade, de forma vacilante, enfatizaram que a senhora e o munícipe “viviam em comunhão há um ano, talvez dois”.

Foi apresentada uma foto em que aparecem os dois com data de 2015.

Ao terminar a apresentação da peça, nitidamente para manipular a opinião pública, António Franco foi colocado no mesmo patamar do autarca da Câmara Municipal do Alandroal, que, alegadamente, terá usado vários subterfúgios para lesar o erário público. Está de ver que são desempenhos totalmente diferenciados: um é do foro civil, outro é de responsabilidade de cargo público.

Certamente que esta reportagem, por parte da Segurança Social, terá consequências para o cidadão António Jorge Franco e, por conseguinte, cabe-lhe defender-se e provar que o filme passado está eivado, contaminado, de falsidade.


A NÍVEL POLÍTICO


Como se sabe, o cidadão António Jorge Franco é o presidente da Câmara Municipal da Mealhada. E aqui, nesta sua função, é que bate. Especulando, daí a apreciação por parte da CMTV em tomar uma coisa por outra. Ou seja, quem passou a informação ao canal do cabo, implicitamente, apenas estava interessado na mancha, no enxovalho que iria cair sobre o edil mealhadense. Isto é, em teoria, quem o fez instrumentalizou o programa de investigação para fins pouco dignos. É óbvio que a jornalista, experiente como é, não pode alegar inocência.


O SILÊNCIO É DE INOCÊNCIA? OU DE ACEITAÇÃO DE CULPA?


Ontem, Sábado, ao cair da tarde, o Movimento Mais e Melhor, agremiação que elegeu António Jorge Franco para a presidência nas últimas eleições autárquicas, emitiu um comunicado nas redes sociais com três vectores: um a “repudiar todo e qualquer tipo de jornalismo que funciona a pedido e sem qualquer tipo de critério”; outro a manifestar “toda a confiança no nosso líder”; e outro ainda a fazer uma acusação: “Desde do o ainda presidente da comissão política do PS da Mealhada se ter envolvido para ajudar a sua suposta amiga Ana Leal (jornalista da CM TV), a perseguições, tudo foi feito com o objectivo de marcar negativamente o nosso presidente (...)

Ora, perante um dedo apontado, seria de supor que a Concelhia do PS/Mealhada reagisse com outro comunicado. Passadas mais de 24h00 nada transpareceu.

O que significa este mutismo?


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