segunda-feira, 30 de maio de 2022

EDITORIAL: MARQUEIRO VAI SAIR DA CÂMARA MUNICIPAL DA MEALHADA

 

(imagem, retirada coma devida vénia, do jornal online Bairrada Informação)




Hoje, em plena reunião de Câmara Municipal, Rui Marqueiro anunciou: “(…) é muito provável que tenha de abandonar a vida política, pela minha saúde e a da minha mulher…

Num período de Antes da Ordem do Dia muito participado, iniciado por Gil Ferreira, vereador da Cultura, onde esteve em cima da mesa o recente programa televisivo da jornalista Ana Leal e da CMTV, e o vereador da maioria chegou mesmo a indigitar Marqueiro de estar por detrás de uma baixa campanha da CMTV. “é um caso de política rasteira composto de insinuações com o único objectivo de fragilizar o presidente da Câmara”, enfatizou.

Em resposta, o ex-presidente da autarquia afirmou que não tinha nada a ver com a denúncia feita ao programa televisivo. “o que aconteceu foi eu ter recebido um telefonema de Ana Leal a perguntar se eu conhecia bem o engenheiro António Franco; se sabia onde morava e sabia do facto de ele viver com uma senhora. Respondi que não sabia. A jornalista perguntou se eu conhecia alguém que conhecesse. Indiquei uma pessoa, mas antes perguntei se poderia dar o seu contacto. Eu não tive nada a ver com isto!”


O QUE PARECE SER… OU NÃO SER


Tudo indica que este “atira e foge” de alguém poderia ter sido uma acção individual e não de um grupo, como seria de supor.

Uma coisa parece certa, contrariamente ao que seria de prever, esta acção torpe trouxe mais incómodos ao PS/Mealhada do que benefícios.

Conta uma fonte ligada ao aparelho socialista que pediu o anonimato que, fosse quem fosse o delator, nem de perto, nem de longe aceita este procedimento de fazer política.

Por outro lado, a declaração de proximamente abandonar o executivo terá ver, também, com fortes clivagens entre ele e a Concelhia local do partido.

Porventura, ao que se sabe, há demasiados militantes que não se identificam com a forma arrivista e de permanente confronto e provocação com a nova maioria. Aliás, consideram este nível de fazer oposição como anquilosado, arcaico e ultrapassado, onde parece vingar uma animosidade pessoal. Apesar do respeito institucional que merece, estando a gerar demasiados anti-corpos, o antigo edil acaba por ser um activo tóxico para o partido.

Por conseguinte, é de constatar que proximamente se realizem eleições para os órgãos locais da formação partidária e em seguida Marqueiro dará lugar a outro na vereação.


PS EM MAUS LENÇÓIS NA REPRESENTATIVIDADE


A verdade é que se Rui Marqueiro sair o PS fica em muito maus lençóis na Câmara Municipal. Isto porque, retirando o antigo chefe da edilidade, ficam três vereadores sem experiência. Os dois actuais e em exercício, Luís Tovim e Sónia Leite, sejamos honestos, estão a léguas de fazer uma boa oposição. Raramente intervêm, e quando o fazem, em completa desconexão e desacordo com as posições do seu líder, parecem estar ali como elementos mudos e a defender a maioria.

Ora, convenhamos, ser oposição não é pôr sistematicamente abaixo. Nada disso. Mas os munícipes, apenas com um simples olhar, devem identificar imediatamente o executivo com dois blocos diferenciados. A razão de existência da oposição é, apresentar planos e, quando disso se trate, combater ideias que vão contra os interesses da comunidade.

Sabemos todos que poder, em certos casos, pode implicar livre arbítrio. É aqui que a oposição, sem medo de ofender os pares mas sem faltar ao respeito, muito mais informada e mais esclarecida que o vulgar cidadão, deve intervir com força e determinação. Precisamos de contar com um PS bem representado na vereação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto do que escreve.... Parabéns pela transparência🙏🙏🙏🙏....