segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

FELIZ NATAL A TODOS OS NOSSOS CLIENTES, AMIGOS, INIMIGOS E OUTROS

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(Imagem da Web)



Aproveitando para desejar as habituais festas felizes, e aspirando saúde, paz e amor a todos os clientes do blogue, que está a entrar na adolescência - a caminhar a passos largos para 13 anos de existência -, com muita força, gostava de manifestar a maior esperança no 2020 que se aproxima.
Os que nos acompanham há muitos anos sabem que é costume nesta quadra darmos um bacalhau a cada “associado”. Infelizmente, este ano, o orçamento, por força das cativações do Ministro das Finanças, gorou as nossas nobres intenções. Ainda pensámos numa alternativa mais ligeira mas, à última hora, contivemo-nos. Não devemos contribuir para a peugada consumista, que está contaminar o planeta – nem o menino Jesus escapa.
Informando que vamos continuar abertos 24 sobre 24 horas para vos servir e não deixar que nada vos falte, assim sendo, com votos de boas Festas, com ternura e amizade, um xi coração do vosso amigo director, redactor, foto-jornalista, Luís Quintans, e oferta de um sentido poema:


UMA FOLHA CAÍDA NO NATAL


É Dezembro…
Uma folha cai… lentamente…
Ziguezagueia por entre a amálgama de gente,
gente apressada, escrava do tempo,
insatisfeita, faces duras sem contento,
pisam a folha, alinhados em parada, com tacões,
ecoam na calçada… como centuriões,
as pedras vibram, com tanta precisão,
uma pedrinha solta-se na multidão,
alguém a pontapeia, ao acaso, em estopada,
e ela rolando, por cá e lá, vai sendo chutada;
O vento sopra, cortante, e a folha voa,
e de cima, olha para baixo, vê à toa,
este exército mal ordenado,
como se estivesse condenado,
a andar, a andar, sem se render,
mesmo sabendo que vai desaparecer,
continua a querer mais, a ambicionar
mesmo que por um metro de terra tenha de matar
e o menino de olhos tristes, cara meiga, faça chorar,
o que importa nesta guerra é o feito, o vencer,
a infelicidade não conta, mesmo sabendo que se vai morrer;
E de novo a folha cai… lentamente…
Um louco ri sozinho… desalmadamente,
pega na folha, com carinho, o anormal,
afaga-a com a mão, como se fosse um pardal,
faz caretas, gesticula, dança ao vento com nobreza,
embala a folha, dá-lhe beijos, filha da natureza,
nem o frio, a refrear o ímpeto, lhe faz mal,
ele sabe que é festa, não sabe que é Natal,
não sente a solidão, não conhece abraços,
não compreende a razão de tantos laços,
E de tantos rostos fechados com ar formal;
Alguns presentes e sacos enfeitados,
tantas almas embrulhadas,
tanto amor materializado,
tanto calor humano… desperdiçado
entre o dever e o ser,
só é gente com… o ter,
e a folha… lentamente,
nos braços de um demente,
sorri… para a turba disforme,
e pensa a folha, se eu falasse… uma frase conforme,
mesmo com a voz do tonto rouco, gritaria em altos berros:
AFINAL QUEM É O LOUCO??!!



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