(Imagem da Web)
Aproveitando
para desejar as habituais festas felizes, e aspirando saúde, paz e
amor a todos os clientes do blogue, que está a entrar na
adolescência - a caminhar a passos largos para 13 anos de existência
-, com muita força, gostava de manifestar a maior esperança no 2020
que se aproxima.
Os
que nos acompanham há muitos anos sabem que é costume nesta quadra
darmos um bacalhau a cada “associado”. Infelizmente, este ano, o
orçamento, por força das cativações do Ministro das Finanças,
gorou as nossas nobres intenções. Ainda pensámos numa alternativa
mais ligeira mas, à última hora, contivemo-nos. Não devemos
contribuir para a peugada consumista, que está contaminar o planeta
– nem o menino Jesus escapa.
Informando
que vamos continuar abertos 24 sobre 24 horas para vos servir e não
deixar que nada vos falte, assim sendo, com votos de boas Festas, com
ternura e amizade, um xi coração do vosso amigo director, redactor,
foto-jornalista, Luís Quintans, e oferta de um sentido poema:
UMA
FOLHA CAÍDA NO NATAL
É
Dezembro…
Uma folha cai…
lentamente…
Ziguezagueia por
entre a amálgama de gente,
gente apressada,
escrava do tempo,
insatisfeita, faces
duras sem contento,
pisam a folha,
alinhados em parada, com tacões,
ecoam na calçada…
como centuriões,
as pedras vibram,
com tanta precisão,
uma pedrinha
solta-se na multidão,
alguém a pontapeia,
ao acaso, em estopada,
e ela rolando, por
cá e lá, vai sendo chutada;
O
vento sopra, cortante, e a folha voa,
e de cima, olha para
baixo, vê à toa,
este exército mal
ordenado,
como se estivesse
condenado,
a andar, a andar,
sem se render,
mesmo sabendo que
vai desaparecer,
continua a querer
mais, a ambicionar
mesmo que por um
metro de terra tenha de matar
e o menino de olhos
tristes, cara meiga, faça chorar,
o que importa nesta
guerra é o feito, o vencer,
a infelicidade não
conta, mesmo sabendo que se vai morrer;
E
de novo a folha cai… lentamente…
Um louco ri sozinho…
desalmadamente,
pega na folha, com
carinho, o anormal,
afaga-a com a mão,
como se fosse um pardal,
faz caretas,
gesticula, dança ao vento com nobreza,
embala a folha,
dá-lhe beijos, filha da natureza,
nem o frio, a
refrear o ímpeto, lhe faz mal,
ele sabe que é
festa, não sabe que é Natal,
não sente a
solidão, não conhece abraços,
não compreende a
razão de tantos laços,
E de tantos rostos
fechados com ar formal;
Alguns
presentes e sacos enfeitados,
tantas almas
embrulhadas,
tanto amor
materializado,
tanto calor humano…
desperdiçado
entre o dever e o
ser,
só é gente com…
o ter,
e a folha…
lentamente,
nos braços de um
demente,
sorri… para a
turba disforme,
e pensa a folha, se
eu falasse… uma frase conforme,
mesmo com a voz do
tonto rouco, gritaria em altos berros:
AFINAL QUEM É O
LOUCO??!!
Sem comentários:
Enviar um comentário