segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

“QUINTAS-FEIRAS E OUTROS DIAS”





O título, como se sabe, pertence ao novo livro de Cavaco Silva, ex-primeiro ministro e ex-presidente da República.
Para além de me suportar para o texto que estou a escrever, nenhum interesse tem plasmar aqui que não daria um euro para adquirir esta obra que, contrariamente ao afirmado pelo homem que mais poder teve em Portugal em alturas que foram cruciais para o futuro, que é hoje, do país, pelo que leio nos jornais é mais, e sobretudo, um ajuste de contas.
Mas não foi exactamente sobre o conteúdo do livro que pretendia escrever. Gostava de perguntar ao anterior ocupante do Palácio de Belém o que lhe passou pela cabeça condecorar a esmo várias personalidades com a Ordem de Mérito como, por exemplo, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, que, agora, são arguidos no caso Operação Marquês.
Claro que Cavaco não foi o único a espalhar charme por peitos ufanos que mereciam tanto uma distinção honorífica como eu ou o meu Silvano. A lista dos “figurões” condecorados no 10 de Junho é enorme e já foi tratada pela revista Sábado. Os anteriores presidentes da República, a começar em Jorge Sampaio, fizeram o mesmo.
O actual chefe da nação, Marcelo Rebelo de Sousa, segue as mesmas pegadas e, se o futuro não for igual ao passado, tudo indica que vai ser muito parecido.
Era bom que Marcelo pensasse que um Presidente da República é o representante máximo dos portugueses, logo, por isso mesmo, em inerência todos os seus actos públicos carregam um pouco de todos nós, nacionais. Era bom que um qualquer dos seus assessores o aconselhasse a ser mais comedido na distribuição de ordens e, como os anteriores, não se deixe cair num certo plano ridículo de mediocridade a fabricar heróis pré-fabricados. Já chega o que vem de trás!

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