Esta
noite, por volta da meia-noite, um homem caiu baleado sobre o asfalto
no Largo das Ameias, em frente ao Café Angola e ao estabelecimento
de roupas P&Y.
Noticiado pelo Diário as
Beiras online, escrito sobre a pena de Paulo Marques, o nefasto
acontecimento é tratado como suicídio. Acrescenta o jornal que a
vítima, de identidade desconhecida, transportava uma caixa com
munições no bolso das calças.
As informações
recolhidas no local são díspares e apenas há unanimidade de que,
de facto, o homem morreu. Embora sem certeza absoluta, há também
uma certa consonância em torno do sacrificado. Alegadamente,
trata-se do Carlos “pintor”, um reconhecido calcorreante destas
pedras milenares. A ser assim, falamos de um sujeito que faz(ia)
umas carocas na zona histórica e, habitualmente, traja(va)
fato-macaco salpicado com manchas de tinta. Diz-se também que não
teria sido um suicídio mas antes um homicídio.
Depois de falar com
várias pessoas presentes no largo nesta manhã solarenga, um vai
adiantando que “tanto quanto se espalha por aí, ouviram-se
dois tiros. Às tantas foi um ajuste de contas. Dizem que ele vinha
ali de um estabelecimento de diversão nocturna -diz o nome e e
aponta para uma rua estreita. Você acha que uma pessoa que se
pretende suicidar consegue dar dois tiros na cabeça? É improvável,
não é? E mais, e vai escolher uma praça central para o fazer?”
De facto, pensando
melhor, a vontade de colocar termo à vida por razões pessoais é
uma decisão muito solitária, nobre e recatada, que implica cometer
o acto fora de olhares que possam dissuadir, ou que origine imediata
censura. Socialmente, a morte provocada sem causa, tendo por objecto
somente terminar um caminho, é tratada com algum desrespeito -a
própria Igreja Católica Romana só há poucos anos passou a aceitar
fazer exéquias religiosas ao autocídio.
Já o contrário, quando
com a morte se pretende defender ou reivindicar uma causa social, de
fanatismo religioso, político, ou outro, ambicionando o suicidário
tornar-se mártir pelos seus seguidores, a acção tem outro
significado de admiração para uma determinada comunidade. Pode
também ter um fundo de denúncia pública contra a inércia das
autoridades em pôr cobro a ofensas continuadas contra a vítima -nos
últimos anos assistimos através da difusão da Internet a cada vez
mais situações deste género, sobretudo jovens.
Fosse suicídio ou
homicídio, a verdade é que um homem morreu, e a morte, natural ou
provocada, é sempre um acontecimento. Paz à sua alma.
POST SCRIPTUM
Tratou-se
de um homicídio seguido de suicídio. Segundo o Diário de Coimbra
de hoje, segunda-feira,, “o presumível homicida de José
Augusto Lopes, perto da meia-noite de sexta-feira, na Granja de
Semide, seria um seu antigo funcionário, Marco Costa, de 39 anos,
que residia em Vale Marelo, localidade praticamente vizinha.
É praticamente uma
certeza que o indivíduo será o autor da emboscada montada à
entrada da Quinta da Vinha Morta, de que foi vítima Zé Padeiro, seu
antigo patrão, quando este regressava a casa, cerca das 23h30.
Actualmente estavam
desavindos e um historial de doença mental da parte do homicida,
confirmado ontem pela família, pode explicar a acção violenta que
teve na noite de sexta-feira. (…) Já na baixa da cidade, no Largo
das Ameias, cerca das 0h40, acabaria por tirar a vida, com um tiro de
pistola 7,65mm, calibre só permitido a forças de segurança e às
forças armadas.”
Quanto à referência ao Carlos “pintor, dado como presumível vitima suicida, as minhas desculpas pela referência e longa vida entre nós. Para os que partiram, um assassinado e outro autor de duas mortes, sem qualquer julgamento, que descansem em paz
Quanto à referência ao Carlos “pintor, dado como presumível vitima suicida, as minhas desculpas pela referência e longa vida entre nós. Para os que partiram, um assassinado e outro autor de duas mortes, sem qualquer julgamento, que descansem em paz
1 comentário:
http://www.jn.pt/justica/interior/matou-ex-patrao-a-tiro-e-suicidou-se-5606150.html
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