sábado, 14 de janeiro de 2017

UM HOMEM MORREU BALEADO NAS AMEIAS





Esta noite, por volta da meia-noite, um homem caiu baleado sobre o asfalto no Largo das Ameias, em frente ao Café Angola e ao estabelecimento de roupas P&Y.
Noticiado pelo Diário as Beiras online, escrito sobre a pena de Paulo Marques, o nefasto acontecimento é tratado como suicídio. Acrescenta o jornal que a vítima, de identidade desconhecida, transportava uma caixa com munições no bolso das calças.
As informações recolhidas no local são díspares e apenas há unanimidade de que, de facto, o homem morreu. Embora sem certeza absoluta, há também uma certa consonância em torno do sacrificado. Alegadamente, trata-se do Carlos “pintor”, um reconhecido calcorreante destas pedras milenares. A ser assim, falamos de um sujeito que faz(ia) umas carocas na zona histórica e, habitualmente, traja(va) fato-macaco salpicado com manchas de tinta. Diz-se também que não teria sido um suicídio mas antes um homicídio.
Depois de falar com várias pessoas presentes no largo nesta manhã solarenga, um vai adiantando que “tanto quanto se espalha por aí, ouviram-se dois tiros. Às tantas foi um ajuste de contas. Dizem que ele vinha ali de um estabelecimento de diversão nocturna -diz o nome e e aponta para uma rua estreita. Você acha que uma pessoa que se pretende suicidar consegue dar dois tiros na cabeça? É improvável, não é? E mais, e vai escolher uma praça central para o fazer?”
De facto, pensando melhor, a vontade de colocar termo à vida por razões pessoais é uma decisão muito solitária, nobre e recatada, que implica cometer o acto fora de olhares que possam dissuadir, ou que origine imediata censura. Socialmente, a morte provocada sem causa, tendo por objecto somente terminar um caminho, é tratada com algum desrespeito -a própria Igreja Católica Romana só há poucos anos passou a aceitar fazer exéquias religiosas ao autocídio.
Já o contrário, quando com a morte se pretende defender ou reivindicar uma causa social, de fanatismo religioso, político, ou outro, ambicionando o suicidário tornar-se mártir pelos seus seguidores, a acção tem outro significado de admiração para uma determinada comunidade. Pode também ter um fundo de denúncia pública contra a inércia das autoridades em pôr cobro a ofensas continuadas contra a vítima -nos últimos anos assistimos através da difusão da Internet a cada vez mais situações deste género, sobretudo jovens.
Fosse suicídio ou homicídio, a verdade é que um homem morreu, e a morte, natural ou provocada, é sempre um acontecimento. Paz à sua alma.


POST SCRIPTUM

Tratou-se de um homicídio seguido de suicídio. Segundo o Diário de Coimbra de hoje, segunda-feira,, “o presumível homicida de José Augusto Lopes, perto da meia-noite de sexta-feira, na Granja de Semide, seria um seu antigo funcionário, Marco Costa, de 39 anos, que residia em Vale Marelo, localidade praticamente vizinha.
É praticamente uma certeza que o indivíduo será o autor da emboscada montada à entrada da Quinta da Vinha Morta, de que foi vítima Zé Padeiro, seu antigo patrão, quando este regressava a casa, cerca das 23h30.
Actualmente estavam desavindos e um historial de doença mental da parte do homicida, confirmado ontem pela família, pode explicar a acção violenta que teve na noite de sexta-feira. (…) Já na baixa da cidade, no Largo das Ameias, cerca das 0h40, acabaria por tirar a vida, com um tiro de pistola 7,65mm, calibre só permitido a forças de segurança e às forças armadas.

Quanto à referência ao Carlos “pintor, dado como presumível vitima suicida, as minhas desculpas pela referência e longa vida entre nós. Para os que partiram, um assassinado e outro autor de duas mortes, sem qualquer julgamento, que descansem em paz

1 comentário:

Anónimo disse...

http://www.jn.pt/justica/interior/matou-ex-patrao-a-tiro-e-suicidou-se-5606150.html