QUANDO
UM PEQUENO BARCO PESQUEIRO, RIO ACIMA, SEM MOTOR, TEIMA EM SUBIR
CONTRA A CORRENTE E NÃO CONSEGUE AVANÇAR DE QUEM É A CULPA?
SENDO
HONESTOS INTELECTUALMENTE, SEM AVALIAR O PROCESSO QUE ESTEVE NA
ORIGEM DESTE RETROCESSO, PODEREMOS AFIRMAR PEREMPTORIAMENTE QUE A CULPA
RECAI POR INTEIRO NO PESCADOR, POR SER TEIMOSO?
QUEM,
POR EMPOBRECIMENTO PROGRESSIVO DE CONFISCO DE IMPOSTOS, OBRIGOU O
PESCADOR A ABANDONAR A MÁQUINA DE COMPRESSÃO E ARREMESSO E O FEZ
RETORNAR À FORÇA BRAÇAL?
SERÁ
QUE O PESCADOR AINDA DETÉM O MOTOR ESSENCIAL À SUA FAINA OU, POR
NECESSIDADE DE ALIMENTAR A SUA FAMÍLIA, FOI OBRIGADO A VENDÊ-LO?
QUAL
A RAZÃO DE O PESCADOR, SABENDO QUE REMA CONTRA A MARÉ, FAZER ESTE
EXERCÍCIO ESFORÇADÍSSIMO PARA MONTANTE? SERÁ QUE NÃO TERIA SIDO POR QUE A JUSANTE DO RIO
FORAM LICENCIADAS ENORMES E MODERNAS EMBARCAÇÕES DE ARRASTO E AGORA
JÁ NÃO HÁ LUGAR PARA OS NATIVOS?
UM
(EX)JORNALISTA, PELA SUA EMINENTE RESPONSABILIDADE SOCIAL, NÃO
DEVERIA SER OBRIGADO A TER UMA OPINIÃO MAIS SÉRIA E FUNDAMENTADA, MENOS
PETRIFICADA E MAIS RESPEITOSA POR UMA CLASSE PROFISSIONAL QUE MUITO AJUDOU A DESENVOLVER AS CIDADES?
PELA SUA CRAVEIRA
EXPERIENCIAL, NÃO DEVERIA TER UMA VISÃO MAIS ALARGADA, MENOS
MESQUINHA E MENOS TENDENCIOSA SOBRE O QUE ESCREVE?
ESTA
ORAÇÃO, MAIS ABAIXO PLASMADA, FOI RETIRADA HOJE DO DIÁRIO DE
COIMBRA, DA RUBRICA SEMANAL “RIO ACIMA SEM MOTOR”:
“Os jornais
dão-nos conta de acentuada subida nas vendas de Natal, manifestada,
designadamente, no aumento de levantamento de dinheiro (7 milhões só
em dezembro), semelhante aos valores de antes da troika. Pela
inversa, ouço de muitos comerciantes da Baixa lamentos de menos
negócios, que fazem deste ano, dizem mesmo alguns, o pior de todos.
E fico perplexo. Se o país responde bem aos desafios do consumismo,
se a agência de promoção se mobiliza e a câmara se empenha na
dinamização da zona, se há ali repetidas iniciativas que concitam
o interesse da cidade, se vejo nas ruas daquele casco histórico
tanta gente, porque não aumentam as compras no comércio
tradicional? Não será porque, na maior parte das lojas, olhando tão
pobres, obsoletas montras, não vale sequer a pena transpor as
portas?”
1 comentário:
O meu comentário é: sem comentários, que nem vale a pena.
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