quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

UM MANGUITO PARA ESTA JUVENTUDE

(IMAGEM DA WEB)


 Segundo o Diário de Coimbra de hoje, “A deputada municipal da bancada da maioria Joana Martins sugeriu anteontem, em nome da Juventude Social Democrata (JSD), que a Câmara de Coimbra suspenda o licenciamento do ruído no bar exterior da Associação Académica, pelo menos durante a época de exames, para permitir que os estudantes universitários possam ter condições para estudar (…)”.
Com franqueza, nem sei como classificar isto. Até me faltam as palavras. Já agora, porque é que a senhora deputada não faz uma extensão de suspensão para a semana da Queima das Fitas?
Porque é que estes jovens, que por acaso –só mesmo por acaso- até pertencem a uma organização política-partidária, em auto-análise, não têm um pingo de vergonha? Será que na Assembleia Municipal, depois desta senhora discursar, não houve um único deputado com memória? Ninguém ali se lembrou de Vitália Ferreira –incluindo os moradores de toda a Rua Padre António Vieira- e do pedregulhento caminho que esta anciã tem percorrido por causa do barulho do bar? Quer dizer para os “meninos” estudarem deve-se suspender temporariamente o horário do café, mas para todos os moradores de uma artéria terem direito ao legítimo descanso isso já não interessa à JSD? Triste país, triste cidade com políticos assim. A urbe está bem entregue, não há dúvida! Coimbra, com representantes políticos, assim, a serem juízes em causa própria, nunca passará de uma cidade medíocre, de faz de conta e hipócrita. Será que esta JSD julga que ainda está nos anos de 1960, quando qualquer burro com capa e batina era um doutor? Certamente, ainda não se deu conta que os tempos mudaram –felizmente- e que, actualmente, um estudante ou licenciado, apesar de ter mais ferramentas para usar no mundo trabalho, tem os mesmos direitos e obrigações e é igual a outro qualquer cidadão. Acorde senhora deputada e, em nome do bom senso, tenha vergonha!

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1 comentário:

Jorge Neves disse...

"Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.» José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148"