quarta-feira, 30 de junho de 2021

MEALHADA: MEDIDAS SEM CONTA NEM MEDIDA (1)

 





Por estes dias, os munícipes do Concelho de Mealhada foram surpreendidos com três medidas – salvo melhor opinião, avulsas – que fazem arregalar os olhos por serem feitas em cima do joelho, quase sem pensar.

A primeira é o Serviço de Transporte Flexível a Pedido (SIT Fexi), financiado pelo Fundo Ambiental, consiste num sistema contratualizado entre a Câmara Municipal e a Comunidade Intermunicipal (CIM) e os profissionais de táxis licenciados aderentes ao projecto.

Ou seja, Numa fase experimental de seis meses, o SIT Flexi vai funcionar às Segundas, Quartas e Sextas-feiras com quatro rotas pré-definidas, cujo objectivo é ligar todas as povoações à cidade, em que está prevista a chegada à Mealhada às 9h00 e com saída de retorno à origem pelo meio-dia.

Segundo informações difundidas pela autarquia, “o modo de funcionamento é simples: o munícipe apenas tem que ligar para o 800 200 201 e fazer antecipadamente a reserva da sua viagem, até às 15 horas do dia anterior, informando em que paragem pretende aceder ao transporte”. O transportado, alegadamente, pagará uma parte do serviço e a edilidade e a CIM outra parte.

CRÍTICA:

Começando pelo positivo, esta nova forma de aceder a um transporte público entre todas as povoações do Concelho e a cidade como centro da administração é o reconhecimento pleno da necessidade de um transporte que, sendo essencial para quem não tem, mantenha a mobilidade social entre os munícipes, sobretudo os mais carenciados, e todos os sítios ligados em rede.

Conforme já escrevi, embora sendo prioritário para alguns, uma minoria, está condenado a ser deficitário do ponto de vista económico.

Porque foi obrigada a tê-lo, para se locomover, a maioria tem automóvel próprio e não vai desligar facilmente do hábito de independência e conforto. Só alterará o costume se o serviço prestado for mesmo um projecto implantado de utilidade pública para continuar, simples e sem burocracias, com o preço da viagem conhecido antecipadamente, com rotas pré-fixadas e horários estabelecidos com rigor.

Não me parece que este plano de recorrer a táxis seja um modelo para vigorar e a manter. Acima de tudo porque o custo da viagem, para além de ficar mais caro, provavelmente, ainda não está definido.

Valia mais a autarquia recorrer a dois pequenos autocarros, mesmo poluentes nesta primeira fase, que passasse em todos os lugares habitados do concelho para fazer a experiência.

A ver vamos, como diz o cego.

(Das outras duas medidas anunciadas com pompa e circunstância falarei em próximos apontamentos)


Sem comentários: