O MAR DA TRANQUILIDADE
Em final de Abril, há cerca de duas semanas, um Abaixo-assinado correu de loja-em-loja. Segundo uma senhora comerciante que pediu o anonimato, “logo de manhã, ao abrir a porta, no chão, dei com uma exposição sobre a insegurança que vivemos no dia-a-dia no Centro Histórico. Com uma lista de estabelecimentos assaltados nos últimos meses, onde se contava o caso de uma lojista de uma rua estreita que, sendo roubada e agredida no final do ano, foi parar ao hospital, era pedido que, com algum recato, cada operador angariasse assinaturas aos vizinhos. No documento não era indicado o mentor da iniciativa. Quando entreguei a minha folha cheia de assinaturas já havia mais de meia-dúzia completas. Já foram entregues na Câmara Municipal e na Polícia de Segurança Pública.”
Quando pergunto se o ambiente que se vive nesta área comercial é de medo, atalha rapidamente: “medo? Terror!”
Insisto, mas terror, de quê, ou de quem?
“Dessa gente mal encarada… o senhor Luís entende. Olhe, ainda há dias vi aqui à porta um sujeito de trombas esquisitas, peguei na minha carteira e, deixando a porta-aberta, fui para a rua. Se ele quisesse roubar que roubasse. Mas lá devia ter-se apercebido que eu estava atenta e foi-se embora.”
E prossegue, isto está um caos, senhor Luís. Há pouca gente a circular. Polícia a pé não se vê. Estamos entregues aos bichos...”
Sem comentários:
Enviar um comentário