domingo, 16 de maio de 2021

MEALHADA: LI O MANIFESTO ELEITORAL DO BLOCO. E DEPOIS?



Esta semana foi tornado público o Manifesto Autárquico do partido Bloco de Esquerda/Mealhada e concorrente às próximas eleições de Outubro.

Em busca de novas ideias para o concelho mealhadense, fomos analisá-lo.

Começa, naturalmente, com um preâmbulo sobre este anormal tempo de pandemia. E prossegue, mostrando a apresentação do grande plano de actividades para o quadriénio 2021-2024.

Dividido em quatro grandes itens, #Acção Social, #Mobilidade & Infraestruturas, #Educação, #Alterações climáticas & Energias renováveis, termina com duas frases generalistas: “A Democracia só o é quando participada e construída por todos” e “A mudança é possível. A mudança é agora!

Apreciando as propostas, uma por uma, na primeira, na “Acção Social”, vislumbra-se uma asserção inovadora, que consiste em a autarquia criar um “pequeno serviço de reparações ao domicílio, nomeadamente em casas mais antigas e com baixa eficiência energética, habitadas, muitas vezes, por idosos com uma fraca condição económica.

No segundo planeamento, “Mobilidade & Infraestruras”, é criticada a pouca oferta de transportes que afectam a mobilidade dos munícipes no concelho da Mealhada. É também apresentado o caso de Barcouço, que, por terem sido suprimidos os transportes colectivos dos SMTUC, Serviços Municipalizados e transportes urbanos de Coimbra, a aldeia ficou sem ligação à cidade dos estudantes.

Por ser limitado apenas ao período escolar, para transporte de alunos, é reprovado o contrato de serviço privado, ratificado entre a Câmara Municipal da Mealhada e a empresa francesa Transdev.

Fala-se também das barreiras arquitectónicas que afectam a mobilidade aos cidadãos mais incapacitados no concelho. Assim como as diversas obras inacabadas ou por fazer a cargo da maioria socialista.

Na terceira propositura, “Educação”, é criticada a venda da EPVL, Escola Profissional Vasconcelos Lebre, ao grupo privado GPS, em que vários funcionários perderam o seu vínculo laboral.

Na quarta promessa, “Alterações climáticas & Energias renováveis”, é reprovada a forma como o actual executivo lidou com os desastres naturais provocados pelas alterações climáticas, “que resultou em milhões de prejuízo”.

É também criticada a gestão da Mata nacional do Bussaco. Assim como se aponta o dedo à inacção do município perante a poluição da bacia hidrográfica do Rio Cértima. E, pela contaminação, aponta o dedo à ETAR da Mealhada e a uma pocilga privada existente na proximidade de Antes.

Ainda nesta rubrica, o Bloco/Mealhada defende que o executivo deve apostar mais em ciclovias e na mobilidade eléctrica. E também, para aproximar o cidadão da política local e do seu escrutínio, pugna pela transmissão das sessões camarárias, executivo e assembleia via “streaming”, por via directa digital.

E continua com a declaração de que “fomos o partido com mais propostas apresentadas na Assembleia Municipal e trouxemos uma nova forma de estar na política local, ao enfrentar, interpelar e exigir mais transparência nos atos políticos.

Termina a exposição com um convite a “todos os que habitam, trabalham e estudam no concelho da Mealhada a juntarem-se a esta candidatura (…)”.


APRECIAÇÃO GLOBAL


Comecemos pela forma. Com uma mensagem simples, facilmente entendível e plasmada em pouco mais de três páginas A4, consulta-se numa penada e sem sacrifício ritual de penitência.

Com a falta de um item importantíssimo que englobasse a Cultura e o Turismo, não é um programa eleitoral que surpreenda. É aceitável mas pouco inovador. Recorrendo muito a frases generalistas, abstractas, num queixume permanente e num plasmar situacionista, faltou rasgo. Com raízes no passado, mais virado para o presente, apresenta poucas soluções para o futuro.

Com franqueza, esperava-se mais ideias e novos projectos para os tempos difíceis que aí virão.


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