sábado, 15 de maio de 2021

O BLOCO DE ESQUERDA/MEALHADA QUER MESMO SER FORÇA DE PODER NA CIDADE?

 




Começo com uma ressalva, ideologicamente não me identifico com o Bloco de Esquerda, no entanto, comungo de muitas ideias e iniciativas dos bloquistas. Tenho assim, uma grande simpatia por esta agremiação política. Sou assim uma espécie de admirador à peça. Só compro o que gosto. Por outro lado, entendo que a sua coragem (entenda-se dos membros), manifestada em intervenções, quer locais quer no Parlamento, muitas vezes, rompe com um certo situacionismo balofo de que enfermam os chamados partidos do arco do poder. Umas vezes de apoio ao Governo, outras de crítica acintosa, sempre em busca de uma identidade diferenciadora entre dois polos, PS e PCP, é um partido implantado e com razões fundamentadas para continuar a coexistir.

Depois desta introdução, que me serve de suporte para a minha explanação, vou ao assunto que me levou a escrever.

Foi com alguma estupefacção que acabei de ler a notícia da candidatura à Câmara Municipal de Mealhada, no caso, Bárbara Duarte, licenciada em Direito e natural da Pampilhosa.

E interrompo para uma nova emenda, declaro que não conheço a nova representante agora divulgada. E mais, que não considere as minhas palavras com desconsideração ou falta de qualidades para atingir o mérito que se propõe e é proposta. Nada disso. Os meus argumentos pretendem focar-se no trabalho desempenhado pela única deputada eleita à Assembleia Municipal, Ana Luzia Cruz – e nova anotação: não conheço pessoalmente esta senhora. Isto para abandonar qualquer pensamento barato de lisonja.

Na qualidade de eleitor independente de partidos, mas que segue a política autárquica com interesse, tenho vindo a apreciar muito a réplica política combatente de Luzia Cruz. Já o escrevi, esta representante do Bloco, a ser candidata à Câmara, merecia bem ser eleita nas próximas eleições vereadora. O concelho da Mealhada, a meu ver, teria muito a ganhar.

Como escrevi em cima, foi com completa surpresa que verifico que Luzia Cruz, depois de um exercício notável de mandato, não é a cara do Bloco.

Bem sei que é bem possível que esta renúncia se deva a escusa da visada. Mas, se não foi o caso, não se entende a opção.

Dá a impressão que o Bloco/Mealhada, como barco a navegar à vista, de facto, não pretende alcançar um lugar de destaque na governação local. Com pouca clarividência e menos ambição, parece contentar-se em mandar umas setas envenenadas à maioria. Ao não considerar o trabalho da deputada em função, é o que parece. E, por ser inconsequente, temos pena.


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