sábado, 22 de maio de 2021

MEALHADA: MAIS E MELHOR PELO CONCELHO

 

(Foto do Jornal da Mealhada)




Na Adega Rama, em Santa Luzia, pelas 15h00, foi hoje apresentado o movimento independente Mais e Melhor (Para o Concelho da Mealhada), concorrente às próximas eleições autárquicas, que serão realizadas em finais de Setembro ou princípio de Outubro.

Liderado por António José Franco, engenheiro civil, ex-vereador executivo e primeiro presidente da Fundação Mata do Bussaco, cargos exercidos no tempo de Carlos Cabral, com umaequipa, constituída por pessoas com diferentes ideologias políticas”, o projecto político promete agitar as águas da cidade do leitão.

Num vídeo produzido pelo Jornal da Mealhada, que transmitiu em directo a apresentação da nova agremiação, foi também apresentado o Manifesto de intenções. Em traços gerais, de texto curto, predominaram as ideias de fazer mais e melhor em todas as freguesias – e neste relacionamento, uma novidade com a criação do pelouro das juntas de freguesia.

Com três pesos-pesados na formação, o combate promete: Nuno Veiga, actual presidente da Junta de Freguesia de Casal Comba e eleito pelo PS, vai ser o candidato à mesma; Carlos Cabral, ex-presidente da Câmara Municipal da Mealhada, vai ser o cabeça-de-lista à Assembleia Municipal; e Filomena Pinheiro, como número dois para o executivo. Vereadora e vice de Carlos Cabral até às eleições autárquicas realizadas em 29 de Setembro, de 2013, que viriam a ser ganhas por Rui Marqueiro. Depois de cessar funções políticas, Filomena Pinheiro, num folhetim público pouco dignificante para a edilidade, foi impedida de voltar para o cargo que exercia na Escola Profissional Vasconcelos Lebre (EPVL) - nesta altura a autarquia era co-proprietária deste estabelecimento de ensino. Tendo o caso sido arrastado para o Tribunal de Trabalho de Coimbra, acabou por haver acordo entre as partes e com a obrigação da EPVL pagar 35 mil euros à sua antiga funcionária.


UMA PEDRADA NO CHARCO


Se até aqui, as águas da Mealhada pareciam paradas, com a promessa de luta a ser travada apenas entre dois contendores, respectivamente o movimento inter-partidos Juntos Pelo Concelho da Mealhada e o Partido Socialista (PS), com esta nova candidatura tudo se alterou.

Já se viu que embora a lista seja composta por vários simpatizantes do espectro partidário, predominam muitos socialistas descontentes com decisões e o rumo participativo que a cidade, liderada por Rui Marqueiro, tomou nos últimos anos. Nas decisões mais fracturantes, numa história que ainda parece não ter acabado, conta-se a venda da EPVL, de inteira propriedade municipal, viria a ser vendida a um grupo privado. Na participação com os cidadãos, que ou não aconteceu ou não convenceu, como bandeira negra, está içada a irritação em processo de cisão no processo da denominada Linha da Concordância, que em cerca de três quilómetros vai atravessar terras da Pampilhosa e do Travasso, sem que se vislumbrem contrapartidas para os prejudicados pela passagem do comboio de mercadorias.


UMA BROA PARTIDA


Mesmo com o mutismo do actual presidente, Rui Marqueiro, em afirmar se vai, ou não, ser o candidato natural em representação do PS, certamente à espera de ser despronunciado na instrução do processo em que é parte acusado pelo Ministério Público por prevaricação, até agora o PS parecia unido em torno de uma só força.

Com apresentação pública de António José Franco, coadjuvado por Filomena Pinheiro e Carlos Cabral, todos socialistas de princípio e convicção e a formarem uma “task Force”, um grupo de acção e trabalho, está visto, o eleitorado rosa que vai exercer o voto nas próximas eleições vai ficar dividido.


SETE A DIVIDIR POR TRÊS, OU POR QUATRO?


Numa análise rápida, tudo parece indicar que Hugo Alves Silva, líder do Juntos pelo Concelho da Mealhada , esfrega as mãos de contente – lembramos que esta coligação tem três vereadores sem pelouro contra quatro com pelouros atribuídos do PS, eleitos em 2017.

Ou seja, se o passado imutável, não sendo dinâmico, for o estruturante do futuro, em teoria, o PS, dividido entre o movimento Mais e Melhor e os socialistas da velha guarda, elegerá quatro vereadores, dois cada um. E o movimento Juntos pelo concelho da Mealhada conquistará os mesmos três lugares que detém na actualidade. Logo, em hipótese, ganharia a Câmara Municipal.

Mas há um caçador de um lugar na vereação à espreita: o Bloco de Esquerda. Se a jovem Bárbara Duarte alcançar um lugar no executivo a sua ascendência virá baralhar tudo.

Como diria Nuno Veiga, presidente da Junta de Freguesia de Casal Comba: isto são narrativas hipotéticas para entreter de rede social.

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