O
nosso “Calinas” comemora hoje 89 anos. Antes de escrever
qualquer coisinha, os nossos sinceros parabéns ao diário mais
antigo que se publica na cidade. Como semanário, com 102 anos de
existência, o mais vetusto é “O Despertar”.
Não
se pense que, pela venerável idade, o nosso prístino passa os dias
sentado no sofá com a manta sobre os joelhos a ver filmes
pornográficos, recordando outros tempos de virilidade, e a noite a
sonhar com uma garota nua a cavalgar um cavalo branco. E,
sei lá, calculem até que o nosso aniversariante, devido à idade,
em vez de acertar na sanita mija sempre fora. Homessa!
Quem disse que a idade é sinónimo de incapacidade, física e mental, de revitalização
e adaptação
aos novos tempos?
É
provável que o
facto do macróbio ser muito libidinoso, com uma sensualidade à
flor da pele,
que resultou sempre numa atracção fatal para o belo
mulherio
de
todas as
idades,
por quem se fez sempre rodear, pode explicar em parte a força
espiritual
que o locomove. Um pouco a cair na libertinagem foi sempre igual a si
mesmo -sobretudo os mais velhos recordam, há cerca de vinte e cinco
anos, o célebre “Festival
de Fados
do Paião”.
Então
não é que –vá-se lá saber porquê?- na palavra “fados”,
a segunda letra passou
a “o”
e a quarta passou
a “a”.
Então,
o
que é que ficou? Olhe, um fartote de rir a bandeiras desfraldadas cá
no burgo da
pasmaceira.
Nesse tempo algo
não muito
distante, mas
carregado de saudade, ainda
não tínhamos o
Berardo para rir por nós e de nós. Sabendo
que no banco todos pagavam as suas dívidas por igual, o pessoal
ainda ria, e sorria, sem pedir licença.
Claro
que nessa altura, aliás
como hoje,
como sou muito púdico – sempre fui assim -, palavra!,
pela alminha
da minha avozinha, que
Deus tenha em boa guarda,
fiquei muito preocupado. Ai isso fiquei! Em solilóquio, cá com os
meus botões, pensei: “queres
ver que este safado deu em libertino sexual?”.
Sim porque já nessa altura o meu amigo “Calinas”
fazia 64 anos. Já com esta provecta idade, seria caso para ter algum
juízo. Era ou não era? Pois era!
Mas
esse tempo de trocar as letras como se trocava de camisa passou. Os
computadores, para o bem e para o mal, vieram trocar as voltas à
imprensa -quem diria que estes revolucionários instrumentos se
transformariam em coveiros da nossa leitura em papel?
Mas
deixemos as coisas más desta vida, que tristezas não pagam dívidas
-tomemos a lição de “mister
Joe”
- e felicitemos o nosso querido “Calinas”:
Parabéns e longa vida!
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