No
âmbito do
Dia
Internacional do Fascínio das Plantas,
criado em 2012 pela EPSO, European Plant Science Organization, neste
último Sábado, 18 de Maio, pela Câmara Municipal de Coimbra foi
promovida uma edição especial da Festa
da Flor e da Planta,
cuja alegoria já vem do tempo do saudoso Mário Nunes, à época,
então vereador da autarquia.
Durante
a madrugada de Sexta-feira para Sábado, dezenas de voluntários,
membros de vários grupos de folclore e associações congéneres,
numa dedicação digna de nota, construíram vários tapetes florais
no
chão ao
longo de várias ruas, praças, largos, escadas e patins de várias
igrejas da Baixa. Pela beleza, pelo trabalho minucioso de realização,
pelas obras de arte, com a vinda de vários milhares de visitantes à
zona histórica, o aplauso foi unânime. É
para repetir?
Cerca
das 18h00 do mesmo dia de Sábado, isto é, escassas nove horas
depois, sob orientação camarária, um exército de funcionários da
limpeza varreu tudo para o lixo. Ou seja, o desempenho de dezenas de
esforçados altruístas, numa frieza que dá que pensar em
desrespeito,
foi completamente destruído. Estará certo o procedimento?
Mesmo
sem levar em conta a
barata
mão-de-obra
dos abnegados criadores, podemos perguntar: quanto custou ao erário
público a matéria-prima constituída pelas flores e outras plantas
ornamentais?
Sabendo
nós que a Cultura é o esteio que religa a sociedade, no
desenvolvimento económico, indústria,
comércio
e serviços, na inclusão social, no progresso equitativo
do território, contudo,
existe uma premissa importante: todo o investimento público aplicado
na Cultura, num balanço ponderado entre custo e benefício, deve
gerar riqueza num retorno a médio ou longo prazo.
Por
silogismo, dá para ver que este projecto realizado este ano na
Baixa, por
estar
ferido
do
efémero, nos
mesmos moldes, não serve para
o futuro.
Ainda que todos batam palmas em aclamação, assim,
não
pode, nem deve repetir-se. O dinheiro nosso, resultado dos nossos
impostos, sendo o sangue que nos corre nas veias, não pode
esbanjar-se desta maneira, frívola,
fútil
e
sem ambição.
Então, pode interrogar-se, qual a alternativa?
Entre
outras soluções possíveis, para o próximo ano, somente deve
ornamentar-se com flores naturais as frentes dos monumentos
nacionais. O
alindamento das ruas, largas e estreitas, deve
passar a fazer-se
com
tapetes
de flores em papel pregadas
em rede e suspensos sobre as cabeças
dos passantes.
Por outro lado, mantendo-a em exibição, pelo menos, durante uma semana, a decoração
deve ser alargada a todos, moradores e comerciantes, que queiram
participar no evento.
Vale
a pena pensar nisto?
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