terça-feira, 12 de julho de 2016

PEDITÓRIO PARA O SENHOR DO BOM JEITO




TEXTO ESCRITO A QUATRO MÃOS.
POR MÁRCIO RAMOS E LUÍS FERNANDES


Neste último sábado, durante a tarde, antes e durante a procissão da Rainha Santa para a Sé Nova, reparei que na minha rua, Visconde da Luz, quatro mulheres, sem nada que as distinguisse das demais, andavam a pedir esmola em grupo. Olhando mais atentamente, pela ladainha, vislumbrei que o peditório tinha um qualquer fim -para mim desconhecido. Reparei que não tinham identificação de qualquer espécie, nem um colete sequer. Com uma abordagem intempestiva, interpelavam agressivamente as pessoas. Metendo abusivamente um autocolante na lapela, constatei que muitos transeuntes se sentiam incomodados. Alguns lá davam umas moedas. Poucos eram os que escapavam a estas “carraças”. Pareceu-me que levavam objetos na mão, julgo que para venda, não posso precisar.
No dia seguinte, no domingo antes de passar a procissão de regresso a Santa Clara, como senhoras de um território conquistado sem grande esforço, cá estavam estas angariadoras de niqueis com novas roupas mas com a mesma ladainha e a fazer exactamente o mesmo.

UMA MOEDA COM OU SEM AMOR

Aquando do concerto de Mariza, no Convento de São Francisco, verificou-se também que uma senhora de meia-idade e um rapaz mais novo -ambos com um cartão pendurado no pescoço- pediam uma moeda em nome da “missão sorriso”. Como se sabe a “missão sorriso” foi uma campanha do Continente para a Unicef. Ou seja, provavelmente, quem doou uma moeda, a pensar que era para ajudar as crianças, presumivelmente teria sido burlado.

O ENGODO QUE JÁ FAZ PARTE DE NÓS

Talvez não fique mal ao comando da PSP sensibilizar os agentes para sempre que constatem apelo ao óbulo intervirem, sobretudo verificando se de facto os donativos solicitados têm ou não o destino rogado. Tanto quanto sei, a PSP só actua quando há denúncia. E já aconteceu. Ora, a ser assim na apatia, contrariando o princípio da prevenção, está de ver que está abrir caminho fácil para qualquer um menos escrupuloso, em nome de outrem, ganhar umas massas facilmente.
Fica o alerta.


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