A
divulgação do evento foi realizada com eficácia. Os panfletos
informativos foram distribuídos esta semana de loja-em-loja e
transmitiam o seguinte:
Ou seja, ontem, 20 de
Julho, na Praça 8 de Maio, pelas 17h30, com a presença de Francisco
Queirós, vereador da CDU no executivo municipal, João Pedro
Ferreira, economista, Manuel Rocha, eleito pela CDU na Assembleia
Municipal, e Rui Canas, presidente da junta da União de Freguesias
de Setúbal, iria ser apresentada uma “SESSÃO PÚBLICA”
com os temas “Defender, Reabilitar, Povoar e Dinamizar a
BAIXA!”
E CHEGOU A HORA
Às
17h45, entre sentados e em pé, cerca de três dezenas de
espectadores ouviam Rui Canas a falar da sua experiência enquanto
autarca de Setúbal. De Manuel Rocha, anunciado como palestrante, nem
sombra.
IR BEBER À FONTE
Lendo
a página da CDU, no Facebook, ficamos a saber que a “Sessão
Pública da CDU em Coimbra sob o tema "Defender,
Reabilitar, Povoar e Dinamizar a Baixa de Coimbra". A CDU tinha
como objectivo discutir a Baixa, na Baixa com quem nela está, vive e
trabalha, daí a escolha da rua para realizar a sessão. O resultado
foi um debate participado.”
Continuando a citar, “O
diagnóstico feito foi de degradação, descaracterização da Baixa
e envelhecimento dos seus habitantes. Concluiu-se que ceder às
pretensões da especulação imobiliária e das grandes superfícies
comerciais é contrária aos interesses dos habitantes e utilizadores
da baixa. Concluiu-se ainda que a participação envolvimento da
população são essenciais para encontrar soluções.”
E ainda mais um
bocadinho, “O mal que se fez à Baixa ao longo das últimas
décadas não foi todo feito na Baixa, mas nas novas centralidades
que se produziram sem programação que não fosse a da obtenção do
lucro rápido das bolhas a que os centros das Cidades foram
sacrificados. É preciso inverter este rumo! "Queremos aqui ver
moradores, através de soluções habitacionais de baixo custo. E os
SMTUC envolvidos na solução, beneficiando – os Serviços e os
cidadãos – de uma via de transporte exclusiva, potenciando um
sistema de mobilidade que é um traço essencial desta Cidade. E
comércio, serviços e equipamentos de Cultura e de lazer."
Ó QUEIRÓS, ESTÁS A MANGAR DE NÓS?
Em
forma de amansar a fera, começo com uma ressalva, com toda a
franqueza, gosto da forma humilde de ser de Francisco Queirós,
vereador eleito pela CDU na Câmara Municipal de Coimbra. É um tipo
acessível -embora não único, é uma qualidade rara na vereação
do executivo socialista. Para além disso, porque já constatei, é
um sujeito sensível às questões humanitárias -para mim, premissa
maior para qualquer eleito por sufrágio universal.
E
agora vou às hostilidades. Vamos lá às questões:
Primeira,
qual é a ideia da CDU apresentar uma sessão pública sobre a Baixa
às 17h30, direccionada essencialmente para os comerciantes
interessados, quando se sabe que a esta hora todos têm de estar a
trabalhar nos estabelecimentos? Foi por pensar que os lojistas, neste
ou noutro qualquer horário, não apareciam nem que lhes oferecessem
um moscatel de Setúbal?
A
segunda, cabe na cabeça de alguém, exceptuando na dos comunistas,
realizar um fórum em jeito de comício na via pública num horário
de ponta e intenso barulho?
Terceira
este evento teve apenas por intenção não ficar atrás do movimento
Cidadãos por Coimbra na resolução dos problemas da Baixa? Se foi,
está cumprida a missão da CDU!
AGORA VAMOS À PÁGINA
DO FACEBOOK
"Defender,
Reabilitar, Povoar e Dinamizar a Baixa de Coimbra". A CDU tinha
como objectivo discutir a Baixa, na Baixa com quem nela está, vive e
trabalha, daí a escolha da rua para realizar a sessão. O resultado
foi um debate participado.”
Perguntas
tolas: se a intenção tinha como objectivo discutir a Baixa com quem
nela está, vive e trabalha, é às 17h30 e, ainda por cima, na rua
que se vai realizar um evento com tal propósito assim?
Os
debates foram participados? Por quem? Pelos mesmos do costume?
“O
diagnóstico feito foi de degradação, descaracterização da Baixa
e envelhecimento dos seus habitantes. Concluiu-se que ceder às
pretensões da especulação imobiliária e das grandes superfícies
comerciais é contrária aos interesses dos habitantes e utilizadores
da baixa. Concluiu-se ainda que a participação envolvimento da
população são essenciais para encontrar soluções.”
Perguntas
idiotas: se o diagnóstico está feito -todos sabemos que está e há
muito tempo- a conclusão não deixa de surpreender. Qual é o
placebo que se toma para acabar com a especulação imobiliária? E
para as grandes superfícies comerciais, que são contra os
interesses dos habitantes e utilizadores da Baixa?
E já agora, camarada Queirós, qual foi o sentido de voto da CDU,
no executivo, aquando da aprovação do IKEA, no Planalto de Santa
Clara, numa média superfície na Mesura, junto ao Observatório
Astronómico, e a instalação do Continente, na Auto Industrial?
E essa conclusão da participação e envolvimento da população
serem essenciais para encontrar soluções também é fantástica,
camarada! Como é que se busca esse objectivo? É a fazer eventos às
17h30 na via pública? É com um regimento aprovado na Assembleia
Municipal em que para um qualquer cidadão intervir no plenário tem
de se inscrever com antecedência mínima de cinco dias úteis? E se
for para interferir no executivo terá de se inscrever com uma
semana?
Desculpa lá, ó camarada Queirós, mas só podes mesmo estar a
mangar com nós!
“O
mal que se fez à Baixa ao longo das últimas décadas não foi todo
feito na Baixa, mas nas novas centralidades que se produziram sem
programação que não fosse a da obtenção do lucro rápido das
bolhas a que os centros das Cidades foram sacrificados. É preciso
inverter este rumo! "Queremos aqui ver moradores, através de
soluções habitacionais de baixo custo. E os SMTUC envolvidos na
solução, beneficiando – os Serviços e os cidadãos – de uma
via de transporte exclusiva, potenciando um sistema de mobilidade que
é um traço essencial desta Cidade. E comércio, serviços e
equipamentos de Cultura e de lazer.
Perguntas estapafúrdicas: Se
“o mal que se fez à Baixa ao longo das últimas décadas não foi
todo feito na Baixa, mas nas novas centralidades que se produziram
sem programação que não fosse a da obtenção do lucro rápido das
bolhas a que os centros das Cidades foram sacrificados”, o que quer
isto dizer? Qual foi o sentido de voto da CDU, no Executivo municipal, ao
longo destes últimos vinte anos?
Como
é que se inverte AGORA -depois da destruição parcial do tecido
económico, comercial e industrial? Com mezinhas? Rezando o terço?
Com umas promessas a Nossa Senhora de Fátima?
Como
é que se colocam aqui moradores, através de soluções
habitacionais de baixo-custo? À custa de quem? Dos privados? Saberá
o camarada que as rendas antigas praticadas na Baixa, em média,
estão entre os vinte e os cinquenta euros?
E
os imensos prédios camarários desocupados e em avançado estado de
degradação?
E
essa de ver “os SMTUC envolvidos na solução,
beneficiando – os Serviços e os cidadãos – de uma via de
transporte exclusiva, potenciando um sistema de mobilidade que é um
traço essencial desta Cidade”?
Então
mas ó camarada Queirós, desculpa lá, não fazes parte do Conselho de
Administração dos SMTUC? Será preciso um qualquer cidadão
apresentar a tua proposta no dito conselho? Homem de Deus, se o
problema reside aí, falemos, carago, que eu escrevo!
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