Esta madrugada, a horas indeterminadas, por um ou mais desconhecidos com recurso a rebentamento de vidro em porta lateral, foi assaltado um estabelecimento de peles e artigos da Serra da Estrela, na Praça do Comércio, junto ao Pelourinho. Esta loja não possui grades de protecção.
Por até ao momento não
ter sido possível contactar os ofendidos, falei com uma vizinha que
pediu o anonimato. Foi adiantando que “as senhoras estão muito
abaladas. Parece que levaram muita coisa. De manhã, no chão, eram
visíveis manchas de sangue. Foi chamada a PSP, que tomou conta da
ocorrência. E mais não sei!” -rematou a minha depoente.
Se conseguir chegar à
fala com as duas senhoras comerciantes, logo que detenha mais
informações aqui darei conta.
FOI PRECISO VIR PARA A BAIXA
O
casal Rosa Miranda Melo e Luís Melo, marido e mulher septuagenários,
falando a uma só voz, está inconsolável. Enquanto os funcionários
de uma empresa da especialidade fazem a recolocação do vidro da
porta estilhaçado, vão confidenciando: “há 33 anos que somos
comerciantes na cidade e, até vir para a Baixa, há cerca de quatro
anos, aqui para a Praça do Comércio, nunca tínhamos sido
assaltados. A primeira vez aconteceu mais ou menos há seis meses.
Como esta loja tem uma entrada traseira pelo Largo do Romal, entraram
sem danificar a porta -que o seguro nem queria acreditar- e levaram
artigos, sobretudo peles, no valor de 10 mil euros.
Esta noite foi o que
se sabe. Levaram muita coisa mas, como ainda não conferimos, não
podemos adiantar valores.
Isto é horrível,
senhor! Poderíamos estar sentadinhos no sofá a ver televisão, mas,
como gostamos de produzir, somos de outro tempo, sabe?, continuamos a
trabalhar. Mas, diga-me, vale a pena?”
ONDE PÁRA A POLÍCIA?
Continuam,
“poderá até dizer-se que o problema reside na falta de alarme
ou estruturas de segurança como grades. Não, não é isto não! É
preciso dizer que, exceptuando as festas, nunca se vê polícia
durante a noite. Verdadeiramente esta é mesmo a única fragilidade
apontada. Por parte da polícia, não temos segurança nocturna. Quanto custa colocar aqui
grades de segurança? E com o negócio como está? Sabe o que nos
apetece fazer? Ir embora e desistir de vez. Sentimo-nos como se
tivéssemos sido esventrados.”
O BOATO DO SUSPEITO
À
boca cheia, corre aqui pelos becos e travessas que teria sido um
toxicodependente, morador nas redondezas. Com alguma ironia e
injustiça à mistura, diz-se também: “como ficou uma poça
enorme de sangue junto ao vidro e mais alguns indícios, vai ser
desta vez que a PSP vai apresentar em tribunal um suspeito de assalto
na Baixa.”
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