segunda-feira, 18 de julho de 2016

BAIXA: ASSALTO AO AMANHECER






Esta madrugada, a horas indeterminadas, por um ou mais desconhecidos com recurso a rebentamento de vidro em porta lateral, foi assaltado um estabelecimento de peles e artigos da Serra da Estrela, na Praça do Comércio, junto ao Pelourinho. Esta loja não possui grades de protecção.
Por até ao momento não ter sido possível contactar os ofendidos, falei com uma vizinha que pediu o anonimato. Foi adiantando que “as senhoras estão muito abaladas. Parece que levaram muita coisa. De manhã, no chão, eram visíveis manchas de sangue. Foi chamada a PSP, que tomou conta da ocorrência. E mais não sei!” -rematou a minha depoente.
Se conseguir chegar à fala com as duas senhoras comerciantes, logo que detenha mais informações aqui darei conta.

FOI PRECISO VIR PARA A BAIXA

O casal Rosa Miranda Melo e Luís Melo, marido e mulher septuagenários, falando a uma só voz, está inconsolável. Enquanto os funcionários de uma empresa da especialidade fazem a recolocação do vidro da porta estilhaçado, vão confidenciando: “há 33 anos que somos comerciantes na cidade e, até vir para a Baixa, há cerca de quatro anos, aqui para a Praça do Comércio, nunca tínhamos sido assaltados. A primeira vez aconteceu mais ou menos há seis meses. Como esta loja tem uma entrada traseira pelo Largo do Romal, entraram sem danificar a porta -que o seguro nem queria acreditar- e levaram artigos, sobretudo peles, no valor de 10 mil euros.
Esta noite foi o que se sabe. Levaram muita coisa mas, como ainda não conferimos, não podemos adiantar valores.
Isto é horrível, senhor! Poderíamos estar sentadinhos no sofá a ver televisão, mas, como gostamos de produzir, somos de outro tempo, sabe?, continuamos a trabalhar. Mas, diga-me, vale a pena?”

ONDE PÁRA A POLÍCIA?

Continuam, “poderá até dizer-se que o problema reside na falta de alarme ou estruturas de segurança como grades. Não, não é isto não! É preciso dizer que, exceptuando as festas, nunca se vê polícia durante a noite. Verdadeiramente esta é mesmo a única fragilidade apontada. Por parte da polícia, não temos segurança nocturna. Quanto custa colocar aqui grades de segurança? E com o negócio como está? Sabe o que nos apetece fazer? Ir embora e desistir de vez. Sentimo-nos como se tivéssemos sido esventrados.”

O BOATO DO SUSPEITO

À boca cheia, corre aqui pelos becos e travessas que teria sido um toxicodependente, morador nas redondezas. Com alguma ironia e injustiça à mistura, diz-se também: “como ficou uma poça enorme de sangue junto ao vidro e mais alguns indícios, vai ser desta vez que a PSP vai apresentar em tribunal um suspeito de assalto na Baixa.



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