Escrevo-te esta carta, meu amigo Facebook,
para te informar que te vou deixar. Com este apartamento, meu caro, quero dizer
que estou a desligar-me também dos meus alegados 687 amigos.
Bem sei que a maioria, que nunca
me deu os parabéns pelo meu aniversário, que nunca comentou um qualquer texto escrevinhado por mim, que só me conhece
para me pedir um gosto num qualquer concurso, ou para que lhe adquira um livro
que editou, vai sentir muito a minha falta. É por esta maioria de mais de 99
por cento que estou deveras tristonho. Imagino que vão ficar arrasados com a
minha partida e se um lenço de papel não for suficiente há sempre a
possibilidade de comprar um maço no quiosque que ainda não fechou mas está mais
para lá do que para cá. Mas a vida é assim, feita de encontros e desencontros,
ingressos e partidas.
Para os poucos, menos de um por cento, que
gostavam de ler o arrazoado que eu, lavrador de prosas falhadas, rabiscava,
para eles tenho uma solução: vão ao blogue Questões Nacionais e, gratuitamente,
poderão continuar a soletrar os meus gatafunhos.
Certamente, meu caríssimo Facebook, tal como
os meus chegados acima enunciados que denominei por maioria, também vais ficar
destroçado. Não é difícil de adivinhar. Perder um tipo como eu não é coisa que
se deguste com meio meio-copo de três. Tem paciência! Estou farto de ti! Já não
te aguento nem pintado. Quero acabar com esta união de facto de mútuo
consentimento. Quero divorciar-me de ti. Estás transformado numa caixa de sonhos virtuais, cuja realidade é inalcançável. Por vezes, como instrumento nas mãos de criminosos, és perigoso. Deixas-te manipular com frequência. És o moderno muro das lamentações. Como os velhos da minha idade, estás
chato! Queres saber tudo! Por este andar, até as quecas que não me são facultadas vais querer enumerar. Estás pior,
muito pior, que o Fisco! Fosca-se, pá! Vai-te lixar!
Mas não fiques triste, camarada
Facebook. Durante estes anos todos, algumas vezes, proporcionaste-me a
possibilidade de contactar pessoas que de outro modo não me teria sido
possível. Deste-me algumas alegrias. E, por isso, servindo-me de ponte entre o
meu espaço conhecido e o desconhecido, estou-te imensamente grato. Bem-haja por
isso. Gostei de te conhecer. Até um dia, Facebook.
3 comentários:
João José Horta Nobre disse...
Nunca usei tal inutilidade, nem tenho intenções de começar a usar.
6 de maio de 2016 às 21:12
KK TEM UNS GRUPOS LEGAIS MAS A CIA FICA SABOTANDO SEU PERFIL SE NÃO FOR GADO NEM POSTAR SEUS DADOS
CRIAM FAKES AGENTES QUE FINGEM QUE SÃO SEUS AMIGOS E FICAM POSTANDO PORNOGRAFIA PRA DEPOIS TE DENUNCIAREM E SEU PERFIL SER EXPULSO E VC NÃO ENTRAR MAIS GRANDE LIXO
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