Hoje, durante a hora do almoço, inserido no
projecto “Fio-Memórias como Matéria-Prima” que, segundo o Diário as Beiras, visa “desfiar
a memória da antiga Fábrica de Lanifícios de Santa Clara, que
funcionou naquele edifício”, decorreu a decoração das montras da antiga
loja A. Loureiro, na Rua Visconde da Luz e encerrada desde Julho do ano
passado.
Com bastantes transeuntes a
apreciarem o desenvolvimento da pintura –segundo Márcia Carvalho, presente no
local e da organização, referindo a arte e o artista encarregue da obra, “não é grafite. É stencil art” –uma técnica
usada que parte de um desenho recortado ou perfurado em papel ou acetato e
previamente concebido. Colado numa superfície e preenchido com tintas de aerossol
o desenho vaza e o resultado final pode ser espectacular.
Prossegue Márcia, “o artista é João Samina. Esta ideia, em
conjunto com o Palácio de Congressos (São Francisco) e a Câmara Municipal de
Coimbra, tem por objecto reactivar a memória. No caso, os retratados
são pessoas que estiveram ligadas ao último inquilino do antigo convento e
quando foi uma reconhecida fábrica de lanifícios.”
Uma boa ideia para decorar muitas lojas
fechadas na Baixa. Colocando nas suas montras as imagens dos seus desaparecidos
proprietários, para além de desfocar o olhar da decrepitude predial e urbanística,
seria uma forma de elevar o mérito que mereceram enquanto vivos e seria
prestar-lhes uma legítima e bonita homenagem. Tal como neste projecto que está
a decorrer em várias partes da cidade, é dar ênfase à memória colectiva e ao
património imaterial.
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