Junto ao Pelourinho, há cerca de duas semanas,
abriu na Praça do Comércio a sapataria “Margem
d’Euforia”.
Com o contraste baseado no
maniqueísmo dualista, entre o branco e o preto –Maniqueísmo é uma filosofia
religiosa, dualista, que combina princípios de diversas doutrinas e divide o
mundo em duas partes opostas e sem possibilidades alternativas como, por
exemplo, bom, mau-, apesar disso, este novo
estabelecimento fura o sincretismo de Maniqueu e cria uma zona verde, de
esperança, entre as duas cores apresentadas.
Diana Oliveira é a maestrina que faz tudo.
Imaginou o cenário, fez a composição de acordo com um toque de música clássica,
executa, dirige a orquestra e simpaticamente recebe o público que, está de ver,
a vai ovacionar ao longo de muitos, muitos dias em que o espectáculo estará em
cena neste palco, que é a cidade e em que todos somos, ao mesmo tempo, actores,
encenadores e público.
Depois de quase uma década a ver
como se faz em boas sapatarias na Baixa, este é mesmo o sonho místico realizado
por Diana –tal como a deusa da mitologia, perfeccionista, divide-se entre a
racionalidade (na caça) e o transcendente (na lua). Nefelibata, tanto é
pragmática, com pés no chão, como se deixa levar completamente pela emoção.
Portanto, é lógico que esta linda miúda, de pouco mais de metro e meio, veio
para revolucionar tudo, desde afirmação, a costumes e até conceitos.
Vamos ouvir Diana Oliveira: “estes primeiros 15 dias, em balanço, são
muito positivos. Por obra e devir, não devem nada à Baixa. Foi graças à
publicidade que fazemos e à entrega total que colocámos neste projecto
comercial.
A Câmara
Municipal poderia fazer melhor para desenvolver esta grande área histórica e
classificada como Património Mundial, pela Unesco. Este majestoso largo com duas
igrejas, uma delas do século XII, está diariamente e durante todo o dia a servir
de estacionamento automóvel. Tenho pena que a autarquia não ajude a desenvolver
mais a Baixa.
Seguindo o apelo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto
jovem, vou estar atenta e ser muito acutilante. Falo o que tiver de falar. Estou
aqui para vencer através do trabalho. Estamos a praticar um horário alargado,
desde as 9h30 às 20h00. Vamos abrir ao Domingo. Tenho que proteger o meu
negócio, custe o custar.
Sou
muito “idiota”. Estou sempre a imaginar novas ideias, como passatempos no
Facebook. Estou aqui porque acredito nas potencialidades da Baixa, sei que vai
mudar. Se assim não fosse teria ido para um shopping –tive dois convites. Sei
que, esforçando-nos, estamos a contribuir para a sua revitalização.
Estou muito grata aos meus amigos que nos empurram e nos dão alegrias a
todo o momento. Estamos a vender muito bem, felizmente. Os que ainda não nos
visitaram, não hesitem, venham cá. Recebo-vos com um produto de qualidade e o
maior dos sorrisos.
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