terça-feira, 19 de abril de 2016

CARTA AO MEU COLEGA






Espero que esta carta te encontre de boa saúde, “Manel”. Aposto que até já estranhavas a minha ausência pela falta de contacto e, sei lá, como tenho andado a escrever aos camaradas lá do vértice da pirâmide estatal –ao Toino Costa e ao Marcelo-, se calhar, já me acusavas de discriminação. Não camarada! Nada disso! Deves saber que tenho um respeito danado por ti e, por silogismo, um colega do mesmo ofício nunca desvaloriza um congénere.
Lembrei-me de te enviar esta missiva, meu amigo –mais pela saudade, acredita-, porque tenho para mim que não passas muito bem, como quem diz, não atravessas os melhores dias. Bom, convenhamos que tens algumas razões de sobra para andares a dormir mal e porcamente. Como se já não bastasse a incontinência urinária do São Pedro, só para chatear, nos últimos tempos os teus prosélitos só te dão desgostos. Foi o caso do nosso amigo comum que em tão boa hora o colocaste como adjunto e, logo por azar, deu no que deu. A seguir foi o outro que foi levar o filho ao infantário no carro da edilidade e com “choffeur” e tudo. Porra! Também é preciso ter azar! Logo havia de lá estar a jornalista do diário! Foi galo! Ou melhor, uma chatice! Se fosse homem, mais que certo, fazia orelhas moucas e olhos cegos do que viu e nada transpirava. As mulheres só nos dão problemas! Como eu te entendo!
Depois, “my friend”, não vi a tua fotografia nos jornais locais de segunda-feira a acompanhar o camarada Marcelo e fiquei apreensivo. Não me digas que o nosso colega não te convocou para a recepção?!? Se não o fez, desculpa lá, mas deveria! Mas nem estranho, convidei-o para vir à Baixa e comer uma sandocha no “Mijacão” e não me ligou nenhuma. Deixa lá! Não te deixes abater! Quando lhe passar a aura de graça, vais ver, não tarda a vir pedir batatinhas e um bilhetito à borliú para assistir a uma ópera no Convento de São Francisco.
Mas, “amico mio”, verdadeiramente, decidi escrever-te depois da inusitada ordem que proferiste para mandar retirar o laço azul da CPC, Comissão de Proteção de Crianças, do edifício da Rua Olímpio Rui Fernandes, e da campanha nacional de maus-tratos.
Desculpa lá, mas passaste-te ó quê? Então depois do vereador da Acção Social e Família, o camarada Jorge Alves, ter autorizado e ter estado no descerramento –se queres uma sugestão, não estragues o serviço do Alves. No meu entender é um dos melhores do executivo. Está a fazer um bom trabalho e, sobretudo, sem precisar de dar nas vistas. Conserva-o. Ele é dos bons.
Andas cansado de mais. Só pode ser mesmo isso. Ou então, imagino, às tantas, como viste lá a sigla CPC, confundiste que era alguma campanha política do movimento Cidadãos por Coimbra (CPC). Foi isso não foi?
Tens de descansar mais, “min venn”! Tens de te poupar! Se assim não for, não chegas a ministro do ex-e futuro secretário-geral do PS o camarada António José Seguro.
Recebe um abraço cá do rapaz.
Como adivinho que já estás sem paciência, vou ficar por aqui. Qualquer coisinha, já sabes onde me encontrar –aliás, basta ligares.



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