TEXTO E FOTOS DE MÁRCIO RAMOS
É a quadra de Natal. Sei que aparentemente as
pessoas andarão com mais dinheiro para fazer suas compras na Baixa. Ou,
se calhar, estarão mais disponíveis pelo envolvimento do espírito natalício. Sei
também que haverá sempre alguns desbragados com ideias peregrinas de ter um
natal melhor à custa de um golpe no alheio como, por exemplo, furtar uma ou
outra carteira. É bom e acho fundamental que haja policiamento
nesta área da cidade, principalmente na zona abandonada da avenida
central, no Bota-abaixo, nas ruas e becos, mas há uma questão que me provoca
urticaria nos cabelos: quando era mais novo via-se policiamento a pé, hoje é
raro. É verdade que às vezes passam agentes durante o dia, mas durante a
noite vê-se uma patrulha de carro de vez em quando. A questão é: no
patrulhamento, para estar perto do cidadão, a Polícia de Segurança Pública não
deveria andar, sobretudo, a pé? Não deveria ser essencial o contacto humano?
Isto tudo porque agora a vigilância
policial passou a ser feita de moto 4. Ressalvo que, evidentemente, também há algum contacto
entre o agente policial e o cidadão, contudo, não é a mesma coisa. São costumes
que vão sendo substituídos e que não trazem qualquer melhoria às cidades.
Trata-se, como se vê, de uma medida que almeja tão só a contenção de custos.
De
certo modo pode até ser compreensível, admito, mas será um meio adequado quando
se propiciar uma perseguição atrás de um meliante que corre a pé e se desvia
para becos e ruelas estreitas? Vejo diariamente estes novos meios de transporte
na Baixa. É verdade que pode levar a um efeito dissuasor e instigue alguma
segurança e o resultado seja um menor risco de contravenção mas, mesmo assim,
ninguém me convence que esta substituição seja melhor e mais eficaz do que o
velho método do polícia a pé.
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