quarta-feira, 29 de junho de 2022

BUSSACO: NOMEADO GUILHERME DUARTE – POLÍTICA COM ÉTICA

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



Segundo o Diário de Coimbra e o Bairrada Informação de hoje, Guilherme Duarte, atual presidente da Fundação Mata do Bussaco em regime interino desde o início de 2021, já terá sido nomeado, por despacho, para efetivo presidente da Fundação num mandato para cinco anos.

Prosseguindo na citação do jornal online da nossa terra, “É o próprio que confirma ao «Bairrada Informação», afirmando “já ter reunido com os funcionários da Fundação e com o presidente da Câmara da Mealhada”, na manhã desta terça-feira, dando conta da novidade. Para breve, estará a publicação da nomeação do Governo em Diário da República, o que esta sexta-feira ainda não tinha acontecido. Recordamos que o processo de impasse nesta nomeação sofreu um revés, depois de, em abril passado, Guilherme Duarte ter sido informado de que não permaneceria.”



GENTE DE QUEIXO CAÍDO



Começo com uma ressalva, conheço mal Guilherme Duarte, ex-vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada até Setembro do ano passado. Ao longo das últimas décadas, falei pessoalmente, e por acaso, com este ilustre professor duas ou três vezes.

Com o “diz que sim, diz que não”, num vai “à frente e volta atrás” do Governo, para regozijo de muita gente cá do burgo, que torcia para que Duarte não ficasse no lugar, tudo indicava que o executivo de António Costa nomeasse um “boy” de Lisboa. Há quem diga que nos últimos tempos a correria para audiências ao primeiro-ministro aumentou. E de que maneira?!?

Por conseguinte, será de supor que, com esta nomeação, haja muita gente a bater mal da “cuca”, ou, por outras palavras, com uma grande “cachola”. Presumidamente, pelo que se foi lendo nas entrelinhas, alguns dos seus correlegionários caídos do pedestal em Setembro último, numa política de “terra queimada”, assim no jeito se me estatelei caem todos comigo, apostaram tudo numa guerra surda para a sua não indigitação.

Outros que não gostaram, é de imaginar, foi o executivo camarário de António Jorge Franco. Aceitando forçadamente esta nomeação política do Governo Central, é de conjecturar legitimamente que Franco gostasse de ver alguém menos identificado com o “Ancien Regime”. Mas, pelo que se vai vendo do novo presidente da autarquia, que cultiva a discrição, o comedimento, tudo indica que durante os próximos cinco anos a convivência entre os dois órgãos será pacífica e sem clivagens.

Parabéns ao proposto Guilherme Duarte. Um abraço ao meu “amigo” António Costa. Ao fazer política com ética, contribuindo para atribuir a cada um o que é seu, esteve muito bem.

2 comentários:

Ana Luzia Cruz disse...

Política com ética, que é uma chatice e dá trabalho, era promover concurso para encontrar o melhor dos melhores para gerir tão importante património natural. Mas fazer ajustes diretos para a malta do partido dá outras garantias.

LUIS FERNANDES disse...


Senhora professora Luzia Cruz:

Para tentar rebater o seu ponto de vista, sempre lhe vou acrescentando que, como sabe melhor que eu, a ética é o conjunto de padrões e valores morais de um grupo ou indivíduo. Se ficasse por aqui seria o mesmo que não dizer nada. Acontece que eu quero dizer mais. E então recorro à filosofia. Diz-me que a filosofia ética é o campo que justifica os fundamentos da acção moral e permite distinguir a moralidade, a imoralidade e amoralidade.
Mas há uma questão crucial: a ética, apesar de conter em si uma implícita norma geral de conduta que tenta definir o bom uso dos hábitos e costumes comuns, devido às diferenças culturais da comunidade, não se aplica na horizontal, mas sim na vertical, de cima para baixo. Ou seja, a classificação de “certo” ou “errado”, ainda que possa ocorrer por ignorância algumas vezes, pode variar consoante o grau de instrução,o ponto de observação e o meio inserido e até a profissão.
Por outras palavras, na qualidade de activista política, a sua apreciação de uma determinada medida, naturalmente, pode não coincidir – como é o caso - com a minha analise na posição de eleitor desligado de amarras partidárias. Isto por quê?
Porque, a meu ver, os políticos na sua “praxis” vêem sempre o invisível. Tenham ou não razão, “desconfiar” e desmontar teses de conspiração são os verbos da ciência política. Muito agradecido.