domingo, 12 de junho de 2022

MEALHADA: HOJE É O ÚLTIMO DIA DA FEIRA

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)




Hoje, com a actuação de Cuca Roseta - nome artístico de Maria Isabel Rebelo Couto Cruz Roseta uma das vozes do fado mais badaladas da actualidade, cai o pano sobre 8 dias de festa na Feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada 2022, realizada no Jardim do Município, em frente a autarquia.

Conforme já escrevi, a meu ver, no geral o certame correu bem no novo formato e substituindo a “Festame”, que, como se sabe, num espaço muito mais alargado, era realizada junto à Escola Profissional Vasconcelos Lebre com custos muito mais elevados, comparativamente com a alegoria feita este ano.

Podíamos perfeitamente elogiar o trabalho apresentado este ano, largando encómios à esquerda e à direita, e todos ficávamos felizes e contentes. Porém, o que pretendo com este escrito não é propriamente adormecer sobre os louros caídos nas cabeças de quem muito trabalhou para isso – e esse mérito que ninguém poupe no reconhecimento – mas, enquanto o “corpo está quente”, a frio, entre prós e contras, sem receio de ofender, conseguirmos fazer uma análise virada para o futuro.


É ESTE MODELO QUE QUEREMOS?


A questão crucial, que é preciso colocar em cima da mesa, é: este modelo de feira anual única serve a nossa ambição bairrista e deve continuar? Ou, tendo em conta o escasso tempo do executivo em funções, deve ser encarada como transitória e partir para um novo modelo? Ou, acumulando, continuar a fazer esta feira temática nesta altura de Junho, apenas em três dias e neste local, e voltar novamente ao formato da “Festame”, em Agosto, mas com alterações?

Embora a minha opinião pouco conte, dou por mim a alvitrar que a “Festame”, durante uma semana, deveria continuar para o ano. Este tipo de festa anual, desde que seja publicitada como deve ser, é uma espécie de bandeira nacional em prova de vida. O concelho que através de festejos anuais não se eleva é como se não existisse. Sendo uma feira comercial e industrial faz falta à Mealhada para mostrar o que de melhor se faz por cá. Se não se fizer, podemos ter a certeza que perderemos o comboio do desenvolvimento e progresso.

Este acontecimento deveria ser apresentado em novos moldes. Como exemplo, o ingresso, por parte do público, deve ser a pagar – até pode ser um simbólico euro, ou dependente do artista em palco.

Não faz sentido, sem planeamento cuidado, voltar a gastar do erário público cerca de 400,000.00 euros na sua realização. Por outro lado, sendo de entrada gratuita acaba por ser discriminatório para os munícipes que a não visitam. Ou seja, alegar que eles não vão porque não querem não constitui fundamento suficiente. Não a frequentam mas, saindo dos impostos colectivos, pagam como todos.

Por outro lado, é preciso desonerar o pagamento de espaço para artesãos – mas que o sejam mesmo – e fazer pagar a instalação de todos os outros serviços, incluindo a restauração – embora com outro preço de privilégio, até as associações culturais e clubes desportivos devem comparticipar nos custos.

Só assim é possível atingir uma grau de qualidade. Isto é, se marearmos à bolina, estabelecendo uma bitola baixa, nunca cresceremos. Seremos sempre os “coitados” da Bairrada, encravados entre Cantanhede e Anadia.


E ESTE ANO, CORREU TUDO BEM?


Outra pergunta que emerge é saber se, este ano, a nível interno, a relação entre expositores e o município correu a contento da maioria.

Sem tomar atenção a quem desabafou, tive o cuidado de ir falando com vários vendedores artesãos e anotando.

Vários se queixaram de que, contrariamente a outros tempos, a Câmara Municipal foi muito forreta. Segundo o que arguiram, o município apenas ofereceu água engarrafada, mas esqueceu o pão.

Segundo o seu depoimento, “não tem jeito estarmos aqui uma semana inteira, com entrada às 15h00 e saída à meia-noite, e nem o jantar oferecerem. Estamos aqui a fazer serviço público. Se tivéssemos em conta o que vendemos nem para as deslocações diárias dava.”

Diz outro, “durante a semana a feira deveria abrir às 19h00 e só ao fim de semana é que deveria começar às 15h00.

Diz outro ainda, “a cabeça de cartaz, Cuca Roseta, deveria vir a meio da semana e nunca no último dia da festa. A ser assim, vamos sair daqui às tantas, quando, para arrumar as coisas, até deveria encerrar um pouco mais cedo.

Enfatizou outro, “embora a luz dentro dos espaços fosse boa, o jardim e zona envolvente esteve muito aquém.

Vale a pena pensar no que disseram estes expositores e tentar melhorar alguma coisa para o ano?

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