Após
falecimento
nos HUC,
foi
hoje a enterrar Umbelina Maria de Almeida Mano, de
59 anos.
Reconhecida
simplesmente pelo diminutivo “Lina”, desde
criança e
até há cerca de uma década que
a sua curta
vida
foi percorrida nos
arredores do Largo da Sé Velha. Desde a meninice a morar na Rua do
Norte, na Alta, foi de lá que contraiu matrimónio e nasceram os
seus filhos.
Nos
tortuosos caminhos de escolha mútua pessoal, quis o destino que a
sua vida descambasse e viesse a acabar nas catacumbas da miséria
humana. Nos últimos anos companheira do infortúnio de tantos outros
indigentes que povoam a Baixa da cidade, foi calcorreante diária
destas ruas empedradas.
Se
todos temos uma história, por uma questão de igualdade, no
derradeiro acto de despedida, independentemente do seu estatuto,
todos deveríamos ser sujeitos de merecer um social elogio fúnebre.
Afinal, seja qual for o papel cénico, todos somos actores desta peça
teatral a que todos chamamos vida.
Não
foi o caso da “Lina”, que teve toda a sua família na hora das
exéquias de despedida, mas na maioria destes casos estas pessoas,
para além de morrerem sozinhas, sem familiares à cabeceira, são
enterradas em campa rasa.
Nesta
hora de sofrimento para a família, em minha representação e em
nome de todos os mais carecentes economicamente da Baixa, se posso
escrever assim, os nossos sentidos pêsames. Descansa em paz “Lina”,
e até qualquer dia!
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