sexta-feira, 30 de julho de 2021

BARRÔ: TEATRO NA ALDEIA

 




A peça teatral estava anunciada para hoje, às 21h00, no Largo da Capela, em Barrô. Sem aviso prévio, a apresentação foi mudada para o terreiro do Centro Recreativo. Não fossem uns telefonemas de quem se apercebeu da música durante a tarde, junto ao pavilhão, a avisar e, mais que certo, por desconhecimento, ninguém lá teria colocado os pés.

Estou em crer que a razão da alteração de última hora teria a ver com o necessário silêncio que, devido à passagem constante de automóveis, não teria sido conseguido se fosse realizada no Largo da Capela. Fosse por isso ou por outra qualquer razão, carece de explicação. De salientar que o cartaz de apresentação do município na página do Facebook foi alterado em cima da hora.

Quanto ao espectáculo, com uma primeira parte musical de cerca de trinta minutos protagonizada com interpretações de autores portugueses, como Carlos Paião, José Cid, Paulo Gonzo e Carlos do Carmo, pelo músico Francisco Saldanha, foi um momento de excelência que valeu pelo todo.

Em seguida foi mostrada a peça teatral “Piquenique no Front”, de Fernando Arrabal, autor brasileiro. Escrita há mais de quarenta anos, trata-se de uma sátira à guerra. A fazer lembrar o saudoso Raul Solnado e a “História da minha ida à guerra de 1908”, a encenação gira em volta de um piquenique feito em cenário de guerra, com o troar dos canhões e o metralhar das espingardas em fundo.

Quanto à representação pelo grupo cénico, pareceu-me bem desenvolvida e com boa actuação do grupo. Parabéns aos actores, que deram o seu melhor numa peça que, para além de ser fraca, é muito curta – teve uma duração de cerca de trinta minutos. Mesmo sendo inserida no chamado “Teatro do Absurdo”, onde são tratados aspectos inesperados de uma dessintonizada comunicação, que leva a reacções sem sentido e sem propósito, dos humanos na sua parte existencialista, esta dramaturgia não convence.


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