(O Tico & Teco, memória de um bonito estabelecimento já desaparecido)
REFLEXÃO: EM BUSCA DE UM PORTO SEGURO
Em
velocidade de cruzeiro, numa mudança há muito anunciada, na Baixa
continua-se a desinvestir no comércio e a apostar cada vez mais na
restauração e no ramo alimentar. Na forja, para abrir proximamente,
estão mais dois estabelecimentos virados para a hotelaria, um nas
ruas estreitas e outro nas vias largas.
A
semana passada, em texto que falarei mais abaixo, num projecto de
grande qualidade e bom gosto, abriu a Pastelaria Visconde, na Rua
Ferreira Borges. Com horário diário, entre as 06h30 e as 22h00 -
seguindo o exemplo da Comur, uma espectacular loja de conservas
portuguesas, no Largo da Portagem – este novo empreendimento, a que
chamei um dos três mosqueteiros, vem incrementar um novo espírito
na cidade. O tempo em que para encontrar um café ou restaurante
aberto ao Domingo na Baixa era quase um prémio na lotaria acabou.
Esta nova casa - a par com a Comur e provavelmente o restaurante
Itália que abrirá brevemente - vem revolucionar os costumes. Como é
lógico, numa mimética previsível, outros se vão seguir com
horários que vêm revitalizar a zona histórica.
As
lojas de comércio tradicional, pelo menos como nos habituámos a
vê-las, estão a desaparecer e em seu lugar a surgirem pequenos
negócios de subsistência. Afirmar que este será o caminho sem
paragem em direcção ao futuro, como se adivinha, será falacioso.
Quando menos se esperar e a qualquer momento, num eterno retorno,
podemos voltar aos velhos tempos de tanta saudade sobretudo para os
mais velhos.
O
sistema económico em que estamos inseridos, salientando a
mercantilização, por força de uma concorrência selvagem e sem
limites, é auto-fágico, isto é, alimenta-se da sua própria carne.
Por conseguinte, é esta autofagia, a par com outras metástases, o
cancro principal que está a dilacerar o comércio. Só para
clarificar: foi inaugurada agora uma Feira Outlet de marcas em Lisboa
com 50% desconto. Ora, a pouco mais de duas semanas do Natal,
período importantíssimo nas vendas do comércio de rua, é qualquer
coisa de inqualificável. Quem fica no charco? Como se imagina: os
pequenos negócios!
INÍCIO
DA HISTÓRIA
A
semana passada abriu, na Rua Visconde da Luz, a Pastelaria Visconde,
no antigo espaço do BES, Banco Espírito Santo.
Sobre
responsabilidade da empresa Coimbra Doce, que detém mais dois
negócios na cidade, pela experiência adquirida e reconhecimento
público pelos muitos clientes, esta iniciativa empresarial está bem
entregue.
Com
uma cozinha portuguesa traduzida em pratos simples, bem
confeccionada, e a preços módicos, com aprazível regozijo para os
olhos a sua pastelaria tenta qualquer um, assim como o seu saboroso
pão.
Com
uma escala diária alargada entre as 06h30 e as 22h00, a Pastelaria
Visconde promete revolucionar a ideia de que a Baixa é uma zona
histórica acomodada a outros tempos de horário inamovível.
Com
esta nova abertura foram criados 12 novos postos de trabalho.
Segundo
o Diário de Coimbra (DC), foi inaugurada a semana passada a Sweet
Art Coimbra, na Rua Ferreira Borges e no antigo espaço da livraria
Atlântida.
“O
espaço representa um hino a Coimbra, à paixão pela genuidade do
artesanato e pela grandeza dos produtos da gastronomia de tradição
portuguesa. A Sweet Art Coimbra é um convite à partilha da tradição
e modernidade acompanhadas de uma criteriosa selecção de vinhos e
de produtos de sabor serrano, dos queijos aos enchidos” - in DC
do último Domingo.
Na
Rua do Corvo e também com frente para a Rua da Louça, no antigo
espaço das modas Xangai que encerrou em 2015, abriu a semana passada
um bonito pronto-a-vestir de roupas para senhora.
Num
grande investimento de um comerciante de nacionalidade chinesa, este
novo empreendimento, por ventura, virá complementar alguma lacuna no
sector da moda feminina.
Com
uma decoração simples mas agradável, implantada numa área
comercial de grande história na Baixa, esta nova marca veio para
ficar.
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