(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Na
Página do Leitor do Diário de Coimbra (DC)
de hoje, sob o título “Há
uma senhora da televisão que anda a apavorar os/as pedroguenses mais
fragilizados”,
um anónimo que se identifica por “Um Pedroguense preocupado”,
num fingimento bolorento, perora
sobre o
jornalismo de investigação.
Sem
nunca referir nem o canal de televisão nem a jornalista em causa,
este mostrengo de pessoa mais
que certo ligado a algum político com rabo entalado em Pedrógão
Grande, com indirectas de blasfémia, dirige as suas setas
envenenadas à TVI e à jornalista Ana Leal por causa dos excelentes
trabalhos que o canal de Queluz de Baixo tem apresentado sobre o
escândalo de distribuição de verbas aos lesados pelos incêndios
ocorridos em Junho e Outubro de 2017. A
última
peça
televisiva foi para o ar nesta nesta
Quinta-feira e
exibia o estado económico das vítimas dos fogos de Outubro do
ano passado.
Por
um lado, denunciava a forma insensível, a barrar o desprezo, como o
Estado Português, com o Governo a ser o principal visado, tratou os que ficaram
sem nada. Mostrando declarações de prejuízos assinadas a zeros, em
que é notório a incompetência de funcionários públicos inábeis
que, no mínimo, deveriam ser sancionados, a reportagem mostrou um
país a duas velocidades: os bem-instalados e os desgraçados, agora
sem-tecto, que para Lisboa nada contam.
Por
parte do Governo e
do Presidente da República,
ouvir falar constantemente
da
necessidade de repovoar o Interior desertificado e, neste
caso,
sentir as lágrimas, por vezes, a escorrer pela face ao ver e ouvir
os testemunhos na primeira pessoa, apetece mandar todos os falsos
profetas, todos os políticos da treta para um sítio que agora não
escrevo. A palavra que emerge é INDIGNAÇÃO. Por
outro lado, ficou bem patente na reportagem a entrega desinteressada
de alguns voluntários como, por exemplo, Ana
Perpétuo, uma assistente social minha conhecida, que
se esforçam por ajudar quem mais precisa.
MAS,
AFINAL, O QUE ESCREVEU O ABORTO NO DC?
“Tudo
o que é demais parece mal”… até poderia começar por usar este
chavão popular para expressar o que me vai na alma. Mas, confesso
que fica muito aquém do que se está a passar no nosso concelho com
uma “senhora da tv” de um canal de televisão português por
causa das audiências, sem respeitar as pessoas (principalmente os
indefesos idosos), sem respeitar a ética profissional, sem respeitar
princípios… enfim, sem respeitar os valores que nós por aqui na
nossa simples e digna “terrinha” que tanto prezamos.
Confesso
que tinha prometido a mim mesmo não falar publicamente no assunto,
mas há limites. O meu esgotou-se hoje (terça-feira, 4 de dezembro
2018). Depois de na semana passada, por mero acaso profissional estar
na zona de Vila Facaia e ter presenciado o pavor (sim, pavor!!!) de
algumas pessoas – pessoas de bem – respeitadoras e respeitadas
por todos, que tinham sido abordadas por esta “senhora da tv” e
alguns menos idosos já não escondiam a revolta, alguns mesmo já
com sugestões violentas e perigosas. Na altura senti-me na obrigação
de pôr água na fervura e tentar tranquilizar aquelas pessoas. Foi o
que fiz.”
(e continua a verberar na
Página do Leitor uma opinião digna
de
constar no anedotário nacional)
PARAR
PARA RESPIRAR…
Mesmo
só com metade da crónica hipócrita e mentirosa publicada
no DC,
dá para ver que quem escreveu um absurdo assim só pode fazer parte
dos grupos de funcionários desqualificados ou dos políticos
incapazes.
Por
outro lado, ao “ter presenciado
o pavor (sim, pavor!!!) de algumas pessoas” por
terem sido abordadas pela
jornalista da TVI,
dá para perceber que, para o futuro, quando for preciso adormecer
uma criança na zona de Pedrógão basta
ameaçar: “Ou
fechas os olhos ou chamo a Ana Leal!”
- a notável profissional de informação que perdoe esta
brincadeira: não se
vá abaixo, Ana! A senhora é uma grande mulher!
UM
RETRATO NACIONAL
Este
género de queixa anónima, visando refrear e ofender quem faz alguma
coisa para dirimir as injustiças sociais, dá o corpo às balas e
sem medo de represálias afronta um poder arbitrário, é bem o
paradigma do português que encontramos todos os dias, que vive ao
nosso lado, que frequenta o mesmo café, que
vai à missa ao domingo e bate no peito com a mão aberta, que nos
pedidos para o Banco alimentar dá um saco cheio de víveres para os
pobrezinhos.
Valha-nos
a certeza de que, mesmo raramente, por vezes encontramos jornalistas
como Ana Leal – felizmente não é a única nos
canais privados e públicos a fazer investigação, e aqui relembro
também Sandra Felgueiras no “sexta às 9”, da RTP1. Sem esquecer
o apoio de retaguarda feito por outros jornalistas, parabéns a
todos! Os cidadãos simples como eu agradecem.
Sem comentários:
Enviar um comentário