Encerrou
ontem a “Loja dos milagres da minha rua”. Depois de cerca de
cinco anos a competir com Fátima a realizar fenómenos, o Carlos
Pereira, um bom colega e simpático funcionário, farto de ganhar
dinheiro e com contas em várias “offshores”, não
aguentando mais o cansaço diário de contar tantas notas de euro –
por vezes, disse-me em confidência, chegava a adormecer em pleno
acto -, de acordo com os seus patrões, fechou o negócio e vai gozar
a vida.
Num
momento de grande cansaço exaustivo a atender pessoas, em que foi
obrigado a sentar-se, confidenciou-me: “vou embora, mas parto
feliz! Em cinco anos que estive aqui, na Rua Eduardo Coelho, ganhei
muito dinheiro e fiz bem a muita gente! Já reparaste que em cinco
anos ajudei a mandar para casa cerca de uma centena de
comerciantes?!? Só este ano de 2018 – como sabes bem, já que
acompanhas com atenção -, até ao dia 31, vai totalizar 32 fechos
comerciais. São 32 famílias que vão mais felizes do
que entraram quando começaram. Com a minha ajuda espiritual todos
estão bem de vida e a gozar os rendimentos!”
Talvez
impressionado pelo meu semblante de estranheza, sublinhou: “bem
sei que algumas vozes de burro que não chegam ao céu teimam em
afirmar que o comércio tradicional está muito mal, coitadinho!
Aleivosia, é o que é! Isto nunca esteve tão bom como agora! É a
política, Luís! É a política!”
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