1
- Com
um custo - ou devo escrever investimento? - de cerca de 350 mil
euros, abriu ontem e até 06 de Janeiro a caça ao voto
através do Pai Natal.
Como
nem tudo será menos mau.
Começo
por salientar a transferência do presépio de Cabral Antunes para o
Mercado Municipal Dom Pedro V, assim como
o “Ciclo
de cantares de Natal ao Menino”,
pelos grupos de folclore e etnografia do concelho,
e, tal como
em anos anteriores, uma exposição/venda de presépios artesanais.
Salienta-se
também a Corrida de São Silvestre, em 15 de Dezembro, num percurso
por algumas das mais emblemáticas”, numa
prova de cerca dez quilómetros e uma caminhada de outros cinco.
E
ainda, em 05 de Janeiro, no
Pavilhão Centro de Portugal, no espaço Docas ao fundo do Parque da
cidade, pela
Orquestra Clássica do Centro,
o Concerto de Ano Novo. No dia seguinte, no
mesmo espaço, reunindo
vários grupos,
realizar-se-á
o
Encontro de Cantares de Reis.
2
– Com
gosto duvidoso,
digo eu, é a (des)aposta numa continuada mais pobre ornamentação
pública nas ruas da Baixa. Ano-após-ano, verifica-se que o (des)
gosto é cada vez mais posto em causa, sobretudo por quem manifestar
o que pensa com sinceridade. Os largos principais, as Praças 8 de
Maio, do Comércio e da Portagem, como sofrendo um síndrome do
faz-de-conta, esticando para todos os lados, tenta-se a todo custo
mostrar o que não existe.
As
vias estreitas e pracetas adjacentes, seguindo o que vinha
acontecendo, este ano foram completamente abandonadas.
Pode
justificar-se este (des)investimento com a teoria do lençol: à
força de tentar cobrir mais área, Praça
da República e Baixa de Santa Clara, acaba-se
por (des)cobrir
mal todos.
3
– Com
uma opção mais que duvidosa, continua a ser a escolha da passagem
de Ano Novo trazer cada vez mais melhores e grandes grupos musicais,
naturalmente, com um custo associado de muitos milhares de euros para
uma única noite em detrimento de mais de um mês de espírito
natalício para toda a cidade. Pergunta-se: esta acentuada inclinação
para gastar tudo num único tiro
de canhão
será mesmo investimento? Que retorno se retira deste evento da
passagem de ano?
4
– O
Município de Coimbra já nem sequer faz um esforço para parecer que
as iluminações são espectaculares. Basta visionar o vídeo deste 2018 para perceber melhor o que quero dizer. Com uma câmara fixa na
Praça 8 de Maio nem sequer se fez um esforço para mostrar que a
cidade não é apenas o antigo largo de Sanção.
5
– A
publicidade aos actos continua a ser o calcanhar de Aquiles para esta
autarquia de executivo socialista mais votado. Só para dar um
exemplo, cerca das 16h00 de hoje foi
realizado
um espectáculo cénico Transhumância
no
antigo espaço do Museu Temporário
de
Memórias,
na Rua Velha. Onde foi anunciada a realização? E
como se sabia quem eram os actores? Sei lã?!? Por uma placa de
madeira encostada à parede esboroada dentro do edifício estabelecia-se uma ponte
analógica para o desempenho de arte.
Bom,
se calhar, como da peça constava um homem em nu integral a escrever
paredes, mais que certo, o município a antever bronca numa cidade
conservadora preferiu fazer alarde
do evento para cerca de uma vintena de pessoas -que eram os
espectadores presentes no decurso da peça. Sinaléctica na rua
Eduardo Coelho a publicitar o teatro, como se imagina, era invisível.
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