terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

COMÉRCIO: TODA A ACÇÃO GERA REACÇÃO

10 FOTO LUIS FERNANDES AA
(FOTO DA WEB)


 Ontem, na companhia de uma vintena de comerciantes, perante o executivo municipal levámos ao seu conhecimento oficial o que se está a passar com alguns comerciantes e reclamámos o cumprimento da promessa transcrita na acta de 14 de Outubro de 2002 em que, em compensação pela aprovação do Fórum Coimbra, a Câmara Municipal prometia ceder um terreno para a construção da “Casa do Comerciante”. Lembro que esta reivindicação foi acerrimamente defendida pelo então vice-presidente da autarquia e também presidente da ACIC, Horácio Pina Prata.
Creio que os objectivos foram plenamente satisfeitos. Isto é, por um lado, toda a vereação, composta pela Coligação por Coimbra e oposição, reiterou que, para além de serem necessárias políticas de revitalização para a Baixa, é preciso tomar atenção aos comerciantes que aqui exercem a sua actividade sobretudo “nesta situação de crise profunda como a que vivemos”. Pelo presidente Barbosa de Melo foi dito “que o comércio atravessa, agora sim, uma crise muito grande, não tenho dúvidas”. Por outro, ficou também exarado em acta por este edil, Barbosa de Melo, que iria cumprir a deliberação e, juntamente com os comerciantes e os presidentes de junta de freguesia, se encontraria um espaço para a “Casa do Comerciante” na Baixa da cidade.
Em resumo, considerando que toda a acção gera reacção, deu-se o pontapé na bola do destino. Agora, no seu movimento de trajectória, por onde ela passar vai vinculando os assistentes e se cada um cumprir com o que se compromete, e fizer apenas um pouco da sua responsabilidade, creio que o objectivo será alcançado.
Um redobrado agradecimento a todos os comerciantes que se deslocaram à autarquia e que com a sua presença mostraram ao executivo que são pessoas de fé e acreditam num amanhã melhor, construído hoje, pedra a pedra e com muito esforço.

“AGORA SIM, UMA CRISE MUITO GRANDE”

 Estas palavras de Barbosa de Melo, ao proferir a frase “que o comércio atravessa, agora sim, uma crise muito grande, não tenho dúvidas” deve-nos fazer pensar. Ou seja, durante décadas, quando se perguntava a um comerciante como é que estava o negócio, este, com uma cara sofrida de teatralidade, respondia sempre: “está mau. Muito mau! Não se vende nada!” –e olhando viam-se imensas pessoas a comprar. Numa espécie de fábula do Pedro e do Lobo, tantas vezes se apregoou a mentira que hoje –que é verdade- já ninguém acredita. É aí que a frase de Barbosa de Melo faz sentido e significa que o presidente da Câmara Municipal está atento ao que se passa à sua volta.

UM LAPSO E UM DESCONFIAR DA MEMÓRIA

 Num lapso pouco admissível da minha parte, porque habitualmente as intervenções ao público na primeira sessão do mês no executivo, apesar de estarem anunciadas para as 17h00, começam sempre meia hora mais tarde, ontem, a pensar assim, cheguei à autarquia às 17h25. Resultado: como seria o primeiro da lista de munícipes que iria fazer valer os seus direitos, tinha sido chamado para intervir cinco minutos antes. Consequência: passei para último e fiz os colegas esperarem uma hora e meia.
Devemos sempre desconfiar da memória, diz-se à boca cheia. Quando da ratificação em acta reivindicada por Pina Prata, em 2002, eu estava na direcção da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, e, como vogal, fazia parte da equipa deste ex-presidente. Acontece que, na altura, memorizei que o que tinha sido pugnado por Prata era a responsabilidade da construção da “Casa do Comerciante” por parte da edilidade. No ano passado, tentando relembrar os factos, inserindo o número da acta e o seu ponto VII na Internet, fui ter a um blogue meu amigo e colega nestas lides cibernéticas. Ora o que estava aqui transcrito é que, pela compensação ao fórum Coimbra, havia um comprometimento da Câmara em construir a “Casa do Comerciante” e eu, sem mais cuidado em consultar a acta na autarquia, tomei esta informação como correcta. Acontece, e em abono da verdade, que não é bem assim. O que está plasmado no documento histórico é que “a Câmara disponibilizaria um terreno no Planalto de Santa Clara para a construção de um edifício destinado a comerciantes e empresários” –que neste caso, conforme salientou ontem Carlos Cidade na sua argumentação a favor desta causa, não se observa a destrinça entre uns e outros. A verdade é que, apesar de não ser muita, há alguma diferença. Embora um pouco tardia, fica a correcção.


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