quarta-feira, 5 de agosto de 2009

BAIXA: O TURÍBIO JÁ FOI, QUEM VEM A SEGUIR?







O Turíbio de Matos, na Praça do Comércio, junto à Igreja de São Bartolomeu, foi assaltado esta noite. Segundo declarações do marido da única funcionária do estabelecimento, roubaram o apuro dos últimos dias, cerca de 500 euros, e várias ferramentas. A intrusão foi feita como é costume aqui no centro histórico. Uma pedrada no vidro, e pronto! Está feito! Tal como muitas lojas aqui na Baixa, esta também não tem grades de protecção ou alarme.
Quando interrogo o meu interlocutor, acerca do porquê de ter dentro do estabelecimento este dinheiro, responde-me: “então?!, lá íamos nós pensar que alguém cá viria? A minha mulher colocava sempre o dinheiro dentro de caixas. Como eles revolveram tudo, gavetas, caixas, prateleiras, acabaram por encontrar o dinheiro. Tiveram tempo para tudo”, enfatiza o marido da funcionária.
Na rua um comerciante da velha praça, à laia de desabafo, comenta: “isto é incrível. Até cerca das 4 horas da manhã, como houveram aqui filmagens, estiveram cá vários agentes da PSP. Acabaram as filmagens, foi-se tudo embora, e os meliantes tiveram tempo para tudo”.
Este assalto foi comunicado à PSP, que tomou conta da ocorrência.


A má vontade do agente da PSP.

Embora já tivesse conversado, 15 minutos antes, com o marido da funcionária do Turíbio de Matos, fora do estabelecimento, mas como não levava a máquina fotográfica, fui buscá-la, e entendi ouvir também a esposa, e única empregada da casa.
A porta principal da loja estava encostada, bati, e pedi licença para entrar à funcionária, que me reconheceu. Lá dentro, estava o marido, um senhor que não reconheci e um agente da PSP com um bloco de notas na mão e uma esferográfica.
Estava a dirigir a palavra à funcionária. Quando o agente me viu, atentando na máquina fotográfica que eu tinha na mão, um pouco desabridamente, interrompendo-me, interrogou: “quem é o senhor? Que faz aqui?”. Um pouco incomodado pela forma arrogante como me interrogou, lá lhe fui dizendo, que estava ali para saber do assalto. Que tinha um blogue e que, diariamente, escrevo sobre a Baixa. Para além disso, a senhora funcionária conhece-me, tentei cordialmente explicar-lhe. O homem é que não estava para me ouvir. “O senhor não pode estar aqui. Eu estou a guardar os vestígios. Se o senhor quer conversar com a senhora, vão lá para fora. Aqui não!”, sentenciou.
Ainda argumentei que o facto de falar com a funcionária não influía nos vestígios. As palavras eram simples sons. Para além disso, a meu ver, o agente estava a extrapolar a sua função de autoridade dentro de uma propriedade privada. De pouco valeu a minha retórica. Era assim e mais nada. Perante a troca de palavras entre mim e o agente, a funcionária optou por não falar, dizendo que não era o momento.
Penso que é claro que nada de pessoal me move contra este senhor agente da PSP. No entanto, entendo que não devo omitir este pequeno “qui pro quo”. Cada um que me ler interpretará a seu modo o seu procedimento.

5 comentários:

Tozé Franco disse...

Olá outra vez.
Bem me lembro do Turíbio de Matos e do jeito que dava para pequenos arranjos ou para comprar atacadores, por exemplo.
A única vez que fui assaltado(roubaram-me o auto-rádio,) desisiti a meio da queixa quando me apercebi que aquilo era só para a estatística.
A Baixa diz-me muito (nasci e fui aí criado) e faz-me pena ver ao estado em que chegou e o abandono a que está voltada.
Comparar as nossas cidades com as cidades espanholas e o movimento que tâm nas ruas das zonas históricas é como comparar a noite com o dia.
Um abraço.

LUIS FERNANDES disse...

Obrigado, Tozé, pelo comentário. Comente sempre que queira. Já sabe que, para mim, receber a sua apreciação é um prazer.
Abraço.

Anónimo disse...

Aqui no meu estado, não existe comércio sem grades(por mais modesto que seja) e alarme de segurança, até nossas casas e apartamentos são gradeados. O caso mais simples de roubo são o de celular , e pequenos aparelhos eletronicos(MP3,4 , LAPTOP etc..) e pra voce ter uma ideia de como vulgarizou-se esse delito, quando ele ocorre(aqui no Estado do Pará) nem vamos na Delegacia, fazemos um BO virtual(Boletim de Ocorrencia)
e nada é apurado,tudo pela internet,somente viramos dados de
estatística.
Tomara que as autoridades dai endureçam no combate a criminalidade, para não acontecer o que acontece no Brasil, onde se morre mais gente de forma violenta do , por ano,que em qualquer dessas ultimas guerras que aconteceu.

Anónimo disse...

Aqui no meu estado, não existe comércio sem grades(por mais modesto que seja) e alarme de segurança, até nossas casas e apartamentos são gradeados. O caso mais simples de roubo são o de celular , e pequenos aparelhos eletronicos(MP3,4 , LAPTOP etc..) e pra voce ter uma ideia de como vulgarizou-se esse delito, quando ele ocorre(aqui no Estado do Pará) nem vamos na Delegacia, fazemos um BO virtual(Boletim de Ocorrencia)
e nada é apurado,tudo pela internet,somente viramos dados de
estatística.
Tomara que as autoridades dai endureçam no combate a criminalidade, para não acontecer o que acontece no Brasil, onde se morre mais gente de forma violenta do , por ano,que em qualquer dessas ultimas guerras que aconteceu.

LUIS FERNANDES disse...

Obrigada pelo comentário, Nilza.
Abraço.