sábado, 9 de maio de 2009

DESCULPE, POSSO TENTAR ENTENDER?

(ESTE É EM FRENTE AO CHIADO, NA RUA FERREIRA BORGES)

(ESTE ESTÁ COLOCADO NO LARGO DAS AMEIAS, QUASE EM FRENTE À ESTAÇÃO-NOVA)


Estes quiosques todos futuristas, a fazer-me lembrar a menina Efigénia –vocês conhecem-, aquela velhota de quase oitenta anos, toda p’ra frente, “avant gard”, que mora no 24 e que quando sai à rua traz a cara mais carregada de base e rímel que um autocarro em dia de romaria. Já viram quem é? Essa, essa mesmo! Pinta os cabelos de vermelho e usa sai curta, a mostrar umas pernas “caneletas” que até envergonham o género feminino. Quando começa a falar, não é como os velhos da sua idade, que estão sempre a dizer: “No meu tempo é que era bom! Os dias de hoje são uma desgraça. Não se aproveita nada. Já não há princípios nem valores. Onde é que isto vai parar?”
Pois a menina Efigénia –é assim que exige ser tratada, porque continua virgem. Como nunca encontrou um homem em condições, vai oferecer os seus “três vinténs” ao Criador. A "menina" não é nada igual à ralé -essa gentalha, como costuma dizer- da sua idade. Quando os jovens lhe falam desta nova medida legislativa de distribuir preservativos nas escolas do Secundário –à espera de ouvirem uma crítica ácida, para poderem gozar-, a velhota, como, adivinhando as suas intenções, troca-lhes as voltas: está completamente de acordo. Arranjando uma máscara de tristeza a trejeito, Diz: “ai meninos, que bom! Ainda bem que hoje não é como no meu tempo. Por causa disso vou morrer aguada…sem provar a “coisa”. Estão a ver, não estão?”
Ora, é fácil de ver, a menina Efigénia, apesar do aparato futurista, não funciona. Talvez porque esteja desactualizada ou devido à idade avançada, não sei. E aqui é que está a analogia com os quiosques de que falo no princípio do texto –eu sei que você estava a perguntar-se para onde é que eu o conduzia. A “gota não dava com a perdigota”. Mas agora já viu.
Então é assim: estes quiosques, segundo um comerciante me informou, foram colocados em vários pontos da Baixa ainda no tempo “do outro senhor”, o antigo presidente da Câmara Manuel Machado (AC –antes do Carlos... Encarnação, anterior a 2002). O seu objecto seria colocar toda a cidade em rede. Uma ideia óptima para um qualquer turista. Por exemplo: queria saber que restaurantes havia na cidade?…(pimba), clicava; queria saber qual o cinema que havia aqui na Baixa?; onde ficava McDonald’s no centro histórico ou a Casa das Sandes?…pimba; se podia visitar o Panteão Nacional, na Igreja de Santa Cruz, às 19,30 horas?; onde era a loja do Luís Fernandes?…tau…já lá estava. Era uma ideia óptima, não era? Pois era. Mas nunca funcionou, segundo me declarou o meu informador.
Não deixa de ser curioso, porque neste momento nem sequer existe na Baixa um espaço virtual de informação. O último foi desactivado na Casa Aninhas há quase um ano. Salvo erro, continua a vir referenciado nos Roteiros Turísticos da Cidade.
A menina Efigénia é apenas a projecção materializada em pessoa de tantos e tantos serviços que estão por aí ao virar da esquina…

Sem comentários: