terça-feira, 28 de novembro de 2017

QUANTO VÃO CUSTAR AS FESTAS DE NATAL E DE ANO NOVO NA CIDADE?

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Hoje, os dois jornais da cidade, em nota de rodapé na primeira página, remetem para o interior do caderno o que se passou ontem na reunião do executivo municipal.
O Diário de Coimbra (DC) titula que “Manuel Machado forçado a descer o IMI”, e continua: “Proposta avançada pelo presidente da Câmara de Coimbra foi chumbada, sendo aprovada uma redução no IMI com os votos da oposição e da CDU”.
Por sua vez, o Diário as Beiras, virando os holofotes para festa que aí vem, noticia o seguinte: “COIMBRA HMB e PESTE & Sida actuam na noite de fim de ano
E entramos para o desenvolvimento dos dois diários. O DC ocupa cerca de dois terços de uma página sobre o chumbo da proposta de 0,34 do IMI, apresentada por Manuel Machado, líder do executivo PS, e, por contraproposta da oposição, passando para 0,33 a taxa a cobrar no próximo ano. Segundo o jornal, perante a descida de um ponto percentual, citando Machado, este terá desabado: “Acabámos de despachar 900 mil euros!”. Continuando a citar o DC, “(...) Regina Bento, vereadora (PS) com o pelouro da Contabilidade e Finanças, sublinhou que uma redução no valor do IMI tornará ainda mais difícil a discussão do Orçamento e das grandes Opções do Plano para 2018 (...)”.
Noutra página ao lado, em cerca de dois terços, a jornalista do DC desenvolveu em título que “Coimbra celebra Natal e Ano Novo com mais de uma centena de espectáculos”. Minuciosamente conta que “Quando baterem as 18 horas da próxima sexta-feira acende-se a iluminação natalícia que até 6 de Janeiro, dará outra luz à cidade. Estará, assim, oficialmente aberto o programa “Luzes sobre a Baixa de Coimbra” que celebra o natal e o Fim de Ano e chamará milhares de pessoas à cidade. Entre 45 dias de actividade -embora o programa tenha sido delineado para decorrer entre 1 de Dezembro e 6 de Janeiro, há actividades desde 25 de Novembro e até 9 de Janeiro. (…) Oito minutos de fogo de atifício sobre o rio Mondego marcam o início do novo ano. Seguem-se, pelos quatro palcos instalados na Baixa (largo da Portagem, praça do Comércio, praça 8 de Maio e Terreiro da Erva), a música dos HMB, dos Peste & Sida e Karetus, os cabeça de cartaz do programa.
Por sua vez o Diário as Beiras, em meia página, titula o seguinte: “45 dias de animação dão as boas-vindas à época natalícia em Coimbra”. Prosseguindo, “Mais de 100 espectáculos, a decorrer ao longo de 45 dias, levarão até ao dia 8 de Janeiro, o brilho da época natalícia à Baixa da cidade. O programa “Luzes sobre a Baixa de Coimbra”, promovido pelo município, foi dado a conhecer ontem e propõe iniciativas para todos os tipos de público, entre os quais 115 espetáculos, 14 exposições, concertos, arruadas musicais, actividades para crianças, cantares de Natal e as iluminações de rua, que este ano se estendem à margem esquerda do Mondego, no eixo que liga que liga a Ponte de Santa clara e o Convento São Francisco, além de duas árvores de Natal de grandes dimensões “instaladas” junto aos Paços do Concelho e no Largo da Portagem. (…) O programa “Luzes sobre a Baixa de Coimbra” -que vai para a quinta edição-, pretende “não só dar a conhecer a diversidade cultural da cidade, mas também reforçar a sua atratividade” durante a época natalícia, sem esquecer “a promoção e valorização do comércio da Baixa”, lembrou o presidente da câmara, Manuel Machado, durante a a sessão de apresentação do programa.

QUANTO CUSTA?

Para os mais velhos como eu -que já sou sexagenário-, que, no decurso do seu tempo, levaram a vida a contar tostões -agora cêntimos- sempre que se contratualizava um serviço, ou uma qualquer compra, surgia a pergunta sacramental: quanto custa?
Ora pasme-se: ontem, na sessão do executivo, o custo total destes eventos não passou na ordem do dia. Outro espanto, e aqui é que me salta a tampa, entre vereadores do regime (PS) entre a oposição, que aprovou, e jornalistas não houve uma alma curiosa que interrogasse quanto vão custar estas festas ao erário público. Por isso mesmo, os relatos dos dois jornais não referem os valores cabimentados.
Por seu lado, também não deixa de ter o seu quê de esquisito o facto de a página na Internet do Município de Coimbra, em várias crónicas desenvolvidas sobre o efeito, não mostrar os montantes elencados. Será esta forma de comunicar um aval à transparência dos actos, a que a administração pública está obrigada?
E os jornais diários, o chamado contrapoder, porque, não fazendo perguntas, se limitam a publicar o que vêem e ouvem? Em introspecção, por que não se questionam? Por que não interrogam, por exemplo, como é que a descida de um ponto percentual no IMI, acarretando um benefício de 900 mil euros para os munícipes, pode constituir uma tragédia nos cofres municipais e queimar cerca de 300 mil euros -estimativa minha, já que não consegui obter a resposta certa- em foguetório e circo não causa qualquer engulho?
Podia perorar sobre se esta forma de incinerar milhares de euros no Natal e Ano Novo é, de facto, uma boa forma de desenvolver a “promoção e valorização do comércio da Baixa”, mas não vou por aí. Já não tenho paciência. Sinto uma enorme tristeza quando uma informação, que, por ser tão óbvia e relevante, deveria ser pública e não o é. Por não conseguir entender a razão de cada um, entrosado na organização política e social, não fazer o que está obrigado, apetece-me fugir daqui. Com franqueza!

ENTRETANTO...

A APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, em 14 de Novembro passado e em segunda via a 23, enviou a todos os comerciantes da Baixa este e-mail:

Caro Colega,
Na sequência do encontro de comerciantes realizado em Outubro, no Salão Brazil, vimos enviar a proposta de programação de Natal para a Baixa de Coimbra.
As actividades/iniciativas propostas pela APBC, que vão também integrar a programação de Natal da Câmara Municipal de Coimbra, são:

· Animação infantil aos fins de semana e feriados (25 de Novembro a 23 de Dezembro);
· Chegada do Pai Natal no dia 25 de Novembro pelas 11h;
· Mascotes de Natal (Rena e Boneco de Neve);
· Arruadas musicais com os Dixie Gringos (8, 9, 16 e 23 de Dezembro de 2017);
· Festa do Galo - semana gastronómica (1 a 17 de Dezembro)
· Desfile de viaturas antigas (26 de Novembro);
· Actuações de grupos populares (1, 2, 3, 8, 9, 10, 16, 17, 23 de Dezembro);
· Tômbola de Natal com oferta de um ou mais "Cabaz da Baixa" composto por produtos das lojas aderentes à iniciativa.

A distribuição dos cupões para a Tômbola de Natal e o sorteio do cabaz de Natal apenas faz sentido com a participação dos comerciantes. À semelhança do ano anterior, solicitamos que todos contribuam para a criação do cabaz de Natal com produtos dos vossos estabelecimentos comerciais.
Os comerciantes fizeram notar a importância da sonorização na Baixa de Coimbra durante a época natalícia. No entanto, devido ao elevado orçamento da sonorização (4.300,00€) e à incapacidade financeira da APBC para levar esta iniciativa a cabo, gostaríamos que os comerciantes participassem e colaborassem com um contributo monetário de 25€ por estabelecimento.
A sonorização da Baixa apenas avançará quando a totalidade do dinheiro estiver reunido.
Aguardamos uma resposta relativamente ao interesse em participar nas iniciativas da tômbola de Natal e da sonorização da Baixa até ao final do dia 17 de Novembro.
Acreditamos, que todos juntos, conseguiremos ter um Natal de 2017 cheio de agradáveis surpresas.
Agradecendo antecipadamente a atenção dispensada ao presente assunto, atenciosamente,
O Presidente da Direcção da APBC
Vítor de Sá Marques”

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