(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Hoje,
os dois jornais da cidade, em nota de rodapé na primeira página,
remetem para o interior do caderno o que se passou ontem na reunião
do executivo municipal.
O
Diário de Coimbra (DC) titula que “Manuel
Machado forçado a descer o IMI”,
e continua: “Proposta
avançada pelo presidente da Câmara de Coimbra foi chumbada, sendo
aprovada uma redução no IMI com os votos da oposição e da CDU”.
Por
sua vez, o Diário as Beiras, virando os holofotes para festa que aí
vem, noticia o seguinte: “COIMBRA
HMB e PESTE & Sida actuam na noite de fim de ano”
E
entramos para o desenvolvimento dos dois diários. O DC ocupa cerca
de dois terços de uma página sobre o chumbo da proposta de 0,34 do
IMI, apresentada por Manuel Machado, líder do executivo PS, e, por
contraproposta da oposição, passando para 0,33 a taxa a cobrar no
próximo ano. Segundo o jornal, perante a descida de um ponto
percentual, citando Machado, este terá desabado: “Acabámos
de despachar 900 mil euros!”. Continuando a citar o DC,
“(...) Regina Bento,
vereadora (PS) com o pelouro da Contabilidade e Finanças, sublinhou
que uma redução no valor do IMI tornará ainda mais difícil a
discussão do Orçamento e das grandes Opções do Plano para 2018
(...)”.
Noutra
página ao lado, em cerca de dois terços, a jornalista do DC
desenvolveu em título que “Coimbra
celebra Natal e Ano Novo com mais de uma centena de espectáculos”.
Minuciosamente conta que “Quando baterem as 18 horas da próxima
sexta-feira acende-se a iluminação natalícia que até 6 de
Janeiro, dará outra luz à cidade. Estará, assim, oficialmente
aberto o programa “Luzes sobre a Baixa de Coimbra” que celebra o
natal e o Fim de Ano e chamará milhares de pessoas à cidade. Entre
45 dias de actividade -embora o programa tenha sido delineado para
decorrer entre 1 de Dezembro e 6 de Janeiro, há actividades desde 25
de Novembro e até 9 de Janeiro. (…) Oito minutos de fogo de
atifício sobre o rio Mondego marcam o início do novo ano.
Seguem-se, pelos quatro palcos instalados na Baixa (largo da
Portagem, praça do Comércio, praça 8 de Maio e Terreiro da Erva),
a música dos HMB, dos Peste & Sida e Karetus, os cabeça de
cartaz do programa.”
Por
sua vez o Diário as Beiras, em meia página, titula o seguinte: “45
dias de animação dão as boas-vindas à época natalícia em
Coimbra”. Prosseguindo, “Mais
de 100 espectáculos, a decorrer ao longo de 45 dias, levarão até
ao dia 8 de Janeiro, o brilho da época natalícia à Baixa da
cidade. O programa “Luzes sobre a Baixa de Coimbra”, promovido
pelo município, foi dado a conhecer ontem e propõe iniciativas para
todos os tipos de público, entre os quais 115 espetáculos, 14
exposições, concertos, arruadas musicais, actividades para
crianças, cantares de Natal e as iluminações de rua, que este ano
se estendem à margem esquerda do Mondego, no eixo que liga que liga
a Ponte de Santa clara e o Convento São Francisco, além de duas
árvores de Natal de grandes dimensões “instaladas” junto aos
Paços do Concelho e no Largo da Portagem. (…) O programa “Luzes
sobre a Baixa de Coimbra” -que vai para a quinta edição-,
pretende “não só dar a conhecer a diversidade cultural da cidade,
mas também reforçar a sua atratividade” durante a época
natalícia, sem esquecer “a promoção e valorização do comércio
da Baixa”, lembrou o presidente da câmara, Manuel Machado, durante
a a sessão de apresentação do programa.”
QUANTO
CUSTA?
Para
os mais velhos como eu -que já sou sexagenário-, que, no decurso do
seu tempo, levaram a vida a contar tostões -agora cêntimos- sempre
que se contratualizava um serviço, ou uma qualquer compra, surgia a
pergunta sacramental: quanto custa?
Ora
pasme-se: ontem, na sessão do executivo, o custo total destes
eventos não passou na ordem do dia. Outro espanto, e aqui é que me
salta a tampa, entre vereadores do regime (PS) entre a oposição,
que aprovou, e jornalistas não houve uma alma curiosa que
interrogasse quanto vão custar estas festas ao erário público. Por
isso mesmo, os relatos dos dois jornais não referem os valores cabimentados.
Por
seu lado, também não deixa de ter o seu quê de esquisito o
facto de a página na Internet do Município de Coimbra, em várias
crónicas desenvolvidas sobre o efeito, não mostrar os montantes
elencados. Será esta forma de comunicar um aval à transparência
dos actos, a que a administração pública está obrigada?
E
os jornais diários, o chamado contrapoder, porque, não fazendo
perguntas, se limitam a publicar o que vêem e ouvem? Em
introspecção, por que não se questionam? Por que não interrogam,
por exemplo, como é que a descida de um ponto percentual no IMI,
acarretando um benefício de 900 mil euros para os munícipes, pode
constituir uma tragédia nos cofres municipais e queimar cerca de 300
mil euros -estimativa minha, já que não consegui obter a resposta
certa- em foguetório e circo não causa qualquer engulho?
Podia
perorar sobre se esta forma de incinerar milhares de euros no Natal e
Ano Novo é, de facto, uma boa forma de desenvolver a
“promoção e
valorização do comércio da Baixa”, mas
não vou por aí. Já não tenho paciência. Sinto uma enorme
tristeza quando uma informação, que, por ser tão óbvia e
relevante, deveria ser pública e não o é. Por não conseguir
entender a razão de cada um, entrosado na organização política e
social, não fazer o que está obrigado, apetece-me fugir daqui. Com
franqueza!
ENTRETANTO...
A
APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, em 14 de
Novembro passado e em segunda via a 23, enviou a todos os comerciantes da Baixa este
e-mail:
“Caro
Colega,
Na
sequência do encontro de comerciantes realizado em Outubro, no Salão
Brazil, vimos enviar a proposta de programação de Natal para a
Baixa de Coimbra.
As
actividades/iniciativas propostas pela APBC, que vão também
integrar a programação de Natal da Câmara Municipal de Coimbra,
são:
·
Animação infantil aos fins de semana e feriados (25 de Novembro a
23 de Dezembro);
·
Chegada do Pai Natal no dia 25 de Novembro pelas 11h;
·
Mascotes de Natal (Rena e Boneco de Neve);
·
Arruadas musicais com os Dixie Gringos (8, 9, 16 e 23 de Dezembro de
2017);
·
Festa do Galo - semana gastronómica (1 a 17 de Dezembro)
·
Desfile de viaturas antigas (26 de Novembro);
·
Actuações de grupos populares (1, 2, 3, 8, 9, 10, 16, 17, 23 de
Dezembro);
·
Tômbola de Natal com oferta de um ou mais "Cabaz da Baixa"
composto por produtos das lojas aderentes à iniciativa.
A
distribuição dos cupões para a Tômbola de Natal e o sorteio do
cabaz de Natal apenas faz sentido com a participação dos
comerciantes. À semelhança do ano anterior, solicitamos que todos
contribuam para a criação do cabaz de Natal com produtos dos vossos
estabelecimentos comerciais.
Os
comerciantes fizeram notar a importância da sonorização na Baixa
de Coimbra durante a época natalícia. No entanto, devido ao elevado
orçamento da sonorização (4.300,00€) e à incapacidade
financeira da APBC para levar esta iniciativa a cabo, gostaríamos
que os comerciantes participassem e colaborassem com um contributo
monetário de 25€ por estabelecimento.
A
sonorização da Baixa apenas avançará quando a totalidade do
dinheiro estiver reunido.
Aguardamos
uma resposta relativamente ao interesse em participar nas iniciativas
da tômbola de Natal e da sonorização da Baixa até ao final do dia
17 de Novembro.
Acreditamos,
que todos juntos, conseguiremos ter um Natal de 2017 cheio de
agradáveis surpresas.
Agradecendo
antecipadamente a atenção dispensada ao presente assunto,
atenciosamente,
O
Presidente da Direcção da APBC
Vítor
de Sá Marques”
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