(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Segundo
o Campeão das Províncias, “Teresa Anjinho, que encabeçou uma
lista (de Centro-Direita) para a Assembleia Municipal (AM) de
Coimbra, vai coadjuvar a nova titular da Provedoria de Justiça.”
Não
é nada que não se esperasse e já não estejamos habituados, mas,
sinceramente, com estas renúncias ao mandato consagrado pelos
eleitores, o que espera o PSD/CDS, secção de Coimbra, para o
futuro? Primeiro foi Jaime Ramos -que já tinha anunciado que em caso
de perder a cadeira municipal principal renunciaria. Agora foi a
líder da sua lista à Assembleia Municipal.
Enquanto
cidadão fico indignado com este procedimento. É certo que também o
PS já fez o mesmo “engana-tolos”.
A
lei eleitoral, no tocante às autarquias, deveria consignar que um
edil só pode renunciar por comprovada doença ou por condenação
criminal, depois de transitado em julgado -esgotadas todas as
possibilidades de recurso.
A
continuar assim, dá impressão que os candidatos andam à procura de
emprego. Só são candidatos às câmaras municipais por, na altura,
não terem melhor.
É
esta forma de estar, entre eleito e eleitor, que melhora a relação
entre cidadão e político?
Apesar
da história nos trazer amargos de boca, nunca, como agora, os
políticos foram tratados tão abaixo-de-cão como se verifica hoje.
A lei eleitoral não devia ser mudada? Estão à espera de quê?
Esperam que a política partidária cheire ainda mais mal?
A POUCA
VERGONHA QUE SE ASSISTE
Ontem fui a um almoço convidado por amigo que comemorava o seu
aniversário. Sentado ao meu lado estava um desconhecido para mim.
Por arrasto da conversa, um dos temas desemboca na política local.
Às tantas o homem, que não mede as palavras, deu em acusar pessoas
por corrupção, dando nomes. Então o “mostrengo” -para mim é o
que é e o que vale- deu em contar perante todos o caso de um seu
amigo envolvido no licenciamento de um determinado empreendimento na
cidade nos últimos anos. Saltou-me a tampa e disse-lhe o que tinha a
dizer, cara-a-cara. Se os indignou tanto, a ele e ao amigo, porque não denunciaram? A
besta contou aquilo com a maior displicência sem ter noção de que
-sendo mentira- estava a difamar pessoas. Mas o mais grave é que
este “conto” entrou no universo popular. É de bom tom, fica bem,
acusar -sem provas, digo eu!- a classe política.
É
verdade? É mentira? Para mim, embora conhecendo mal as pessoas em
causa, é! E disse ao homem que não acreditava no que ele estava a
propagandear gratuitamente. E dei-lhe uma lição de moral, que não
aceitou, obviamente.
Mas,
imaginemos que até é mesmo mentira -e aqui é que mora o busílis
da questão: a dúvida fica instalada no meu consciente. A suspeição
vai corroer para sempre a confiança que deposito nestas pessoas.
Claro
que podemos dizer que eu também posso denunciar o caso. É verdade.
Mas, considerando-me pessoa de bom-senso, não estando envolvido nem tendo qualquer conhecimento da matéria em causa, tenho o direito de arrastar
o nome de pessoas para a lama? Por que as coisas são mesmo assim:
mesmo que os visados sejam ilibados pela justiça nunca mais serão
inocentados pelo povo. E porquê? Porque o cidadão comum, por um
lado, condena antes do julgamento, por outro, não acredita nos
tribunais. Acha que estão todos “feitos” para branquear
os políticos.
Este
é o povo que temos, mas, diga-se, é a soma de muitas premissas
alimentadas por legislação que concorre para instalar a suspeição.
Pensemos
nisto.
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