sexta-feira, 24 de novembro de 2017

MAIS UM PREGO NO CAIXÃO LARANJA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Segundo o Campeão das Províncias, “Teresa Anjinho, que encabeçou uma lista (de Centro-Direita) para a Assembleia Municipal (AM) de Coimbra, vai coadjuvar a nova titular da Provedoria de Justiça.
Não é nada que não se esperasse e já não estejamos habituados, mas, sinceramente, com estas renúncias ao mandato consagrado pelos eleitores, o que espera o PSD/CDS, secção de Coimbra, para o futuro? Primeiro foi Jaime Ramos -que já tinha anunciado que em caso de perder a cadeira municipal principal renunciaria. Agora foi a líder da sua lista à Assembleia Municipal.
Enquanto cidadão fico indignado com este procedimento. É certo que também o PS já fez o mesmo “engana-tolos”.
A lei eleitoral, no tocante às autarquias, deveria consignar que um edil só pode renunciar por comprovada doença ou por condenação criminal, depois de transitado em julgado -esgotadas todas as possibilidades de recurso.
A continuar assim, dá impressão que os candidatos andam à procura de emprego. Só são candidatos às câmaras municipais por, na altura, não terem melhor.
É esta forma de estar, entre eleito e eleitor, que melhora a relação entre cidadão e político?
Apesar da história nos trazer amargos de boca, nunca, como agora, os políticos foram tratados tão abaixo-de-cão como se verifica hoje. A lei eleitoral não devia ser mudada? Estão à espera de quê? Esperam que a política partidária cheire ainda mais mal?

A POUCA VERGONHA QUE SE ASSISTE

Ontem fui a um almoço convidado por amigo que comemorava o seu aniversário. Sentado ao meu lado estava um desconhecido para mim. Por arrasto da conversa, um dos temas desemboca na política local. Às tantas o homem, que não mede as palavras, deu em acusar pessoas por corrupção, dando nomes. Então o “mostrengo” -para mim é o que é e o que vale- deu em contar perante todos o caso de um seu amigo envolvido no licenciamento de um determinado empreendimento na cidade nos últimos anos. Saltou-me a tampa e disse-lhe o que tinha a dizer, cara-a-cara. Se os indignou tanto, a ele e ao amigo, porque não denunciaram? A besta contou aquilo com a maior displicência sem ter noção de que -sendo mentira- estava a difamar pessoas. Mas o mais grave é que este “conto” entrou no universo popular. É de bom tom, fica bem, acusar -sem provas, digo eu!- a classe política.
É verdade? É mentira? Para mim, embora conhecendo mal as pessoas em causa, é! E disse ao homem que não acreditava no que ele estava a propagandear gratuitamente. E dei-lhe uma lição de moral, que não aceitou, obviamente.
Mas, imaginemos que até é mesmo mentira -e aqui é que mora o busílis da questão: a dúvida fica instalada no meu consciente. A suspeição vai corroer para sempre a confiança que deposito nestas pessoas.
Claro que podemos dizer que eu também posso denunciar o caso. É verdade. Mas, considerando-me pessoa de bom-senso, não estando envolvido nem tendo qualquer conhecimento da matéria em causa, tenho o direito de arrastar o nome de pessoas para a lama? Por que as coisas são mesmo assim: mesmo que os visados sejam ilibados pela justiça nunca mais serão inocentados pelo povo. E porquê? Porque o cidadão comum, por um lado, condena antes do julgamento, por outro, não acredita nos tribunais. Acha que estão todos “feitos” para branquear os políticos.
Este é o povo que temos, mas, diga-se, é a soma de muitas premissas alimentadas por legislação que concorre para instalar a suspeição.
Pensemos nisto.

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