quarta-feira, 18 de outubro de 2017

ACABARAM AS TRÉGUAS POLÍTICAS ENTRE MARCELO E COSTA

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Foto de Mais Estado? Não Obrigado.
(Imagens da Web)





Com o discurso, ontem, do Presidente da República, ficou provado que Marcelo Rebelo de Sousa é um “animal” político que sabe muito bem quando deve saltar fora de um alinhamento que o pode arrastar para a lama. Se, por um lado, é certo que procura a salvação individual e não ser chamuscado pelo fogo, por outro, ficou sublinhado que não quer ocupar o lugar para parecer “corta fitas” ou fazedor de fretes ao Governo, como se chegou a temer. Ficou claro, bem claro, que Marcelo quer o seu espaço de intervenção bem definido e bem separado da esfera do executivo liderado por António Costa. Marcelo, ao içar a bandeira de alerta geral para a classe política e pedido de intervenção da Assembleia da República, de dedo em riste, disse sem dizer que os partidos que apoiam o Governo não estiveram bem nesta questão dos incêndios que assolou Portugal e, quando deveriam exigir responsabilidades, calaram perante as tragédias de Junho e de Outubro por calculismo político. Foi devido ao “ralhete” do Presidente que António Costa demitiu -ou forçou a sua demissão- a Ministra da Administração Interna. Tal como Passos fez com Relvas no passado, Costa perdeu tempo e muito capital político ao querer levar até ao impossível a solidariedade camarada.
Ontem foi o corte entre o “antes” e o “depois” de Marcelo. De aqui em diante nada vai ser igual. Tudo indica que, com o aviso à navegação, a trégua institucional entre o Governo e a Presidência da República acabou. Ficou claríssimo que Marcelo, se as condições meteorológicas se agravarem, é “muito menino” para repetir um traço da história recente quando Sampaio demitiu Santana Lopes, alegadamente por incompetência e por não ter sido eleito, e abriu caminho à eleição de José Socrates, em 2005.
Num eterno retorno, tudo parece indicar que ou Costa se alinha, dando ouvidos à direita, representada por Cristas, ou temos o caldo entornado.

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