(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Na Página da Câmara Municipal de Coimbra (não oficial), pelos vistos, para muitos
membros, a campanha eleitoral para as eleições autárquicas em
Coimbra, apesar de ter terminado há uma semana com a eleição de Manuel
Machado, continua na sua cabeça. E continua mal, sobretudo com
insultos a outrora candidatos, alguns deles eleitos e outros não.
Quando o opróbrio não é dirigido a estes concorrentes, de forma grosseira e agressiva, vai para quem manifesta discordância.
Meus
senhores, sem qualquer intenção de paternalismo, superioridade, ou
expressão de afirmação, preciso de vos alertar que já chega!
Já
o escrevi aqui, parabéns e glória aos vencedores! Respeito, honra e
dignidade para os vencidos.
Uma
disputa eleitoral não é igual a um qualquer torneio. Num processo
eleitoral, eleitos e não eleitos, todos contam para o resultado
final. Vencidos e vencedores contribuíram para trazer à liça
problemas que, mesmo num clima aguerrido e às vezes exagerado,
ajudaram a consciencializar de que existem problemas e precisam de
solução.
Já
passou uma semana. Há um tempo para tudo. Há um espaço para o
luto, para a discussão dos resultados e, naturalmente, a seguir vem
o tempo da aceitação, ou -embora não sejam sinónimos- tolerância.
Estamos no período de enterrar os “mortos”, cuidar dos
“feridos”, e, globalmente, encaminhar todos os vivos para uma
vida melhor. Para aqueles que, por trauma ou síndrome, não
conseguem ultrapassar recomendamos a psicoterapia.
Um
processo eleitoral democrático, como se sabe, não é uma guerra
entre partidos, movimentos, ou pessoas. No máximo pode ser
classificado como uma competição entre projectos que visam
transformar a polis, a cidade, a vida social, entre pobres,
remediados e ricos, para melhor.
O
facto de chamarmos a esta prova democrática significa
que os resultados finais, mesmo que não correspondam individualmente aos nossos
desejos mais profundos encravados na convicção ideológica,
enquanto cidadãos bem-intencionados, justos e respeitosos, aceitamos
de boa fé a sua consequência.
Estamos
no tempo de embainhar as espadas e, através da dialética
construtiva, mesmo criticando com afinco, deixarmos de insultar seja
quem for.
Vale
a pena pensar nisto? Estou em crer que vale mesmo! Vamos lá?
*Moderador
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