segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A SÍNDROME DA GUERRA QUE ACABOU MAS CONTINUA NA CABEÇA DE ALGUNS

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Na Página da Câmara Municipal de Coimbra (não oficial), pelos vistos, para muitos membros, a campanha eleitoral para as eleições autárquicas em Coimbra, apesar de ter terminado há uma semana com a eleição de Manuel Machado, continua na sua cabeça. E continua mal, sobretudo com insultos a outrora candidatos, alguns deles eleitos e outros não. Quando o opróbrio não é dirigido a estes concorrentes, de forma grosseira e agressiva, vai para quem manifesta discordância.
Meus senhores, sem qualquer intenção de paternalismo, superioridade, ou expressão de afirmação, preciso de vos alertar que já chega!
Já o escrevi aqui, parabéns e glória aos vencedores! Respeito, honra e dignidade para os vencidos.
Uma disputa eleitoral não é igual a um qualquer torneio. Num processo eleitoral, eleitos e não eleitos, todos contam para o resultado final. Vencidos e vencedores contribuíram para trazer à liça problemas que, mesmo num clima aguerrido e às vezes exagerado, ajudaram a consciencializar de que existem problemas e precisam de solução.
Já passou uma semana. Há um tempo para tudo. Há um espaço para o luto, para a discussão dos resultados e, naturalmente, a seguir vem o tempo da aceitação, ou -embora não sejam sinónimos- tolerância. Estamos no período de enterrar os “mortos”, cuidar dos “feridos”, e, globalmente, encaminhar todos os vivos para uma vida melhor. Para aqueles que, por trauma ou síndrome, não conseguem ultrapassar recomendamos a psicoterapia.
Um processo eleitoral democrático, como se sabe, não é uma guerra entre partidos, movimentos, ou pessoas. No máximo pode ser classificado como uma competição entre projectos que visam transformar a polis, a cidade, a vida social, entre pobres, remediados e ricos, para melhor.
O facto de chamarmos a esta prova democrática significa que os resultados finais, mesmo que não correspondam individualmente aos nossos desejos mais profundos encravados na convicção ideológica, enquanto cidadãos bem-intencionados, justos e respeitosos, aceitamos de boa fé a sua consequência.
Estamos no tempo de embainhar as espadas e, através da dialética construtiva, mesmo criticando com afinco, deixarmos de insultar seja quem for.
Vale a pena pensar nisto? Estou em crer que vale mesmo! Vamos lá?

*Moderador

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