(Imagem da Web)
Depois
de um passado cheio de comendas, nos últimos doze anos de gestão
PSD/CDS, atribuídas no Dia da Cidade, eis que, só para trocar as
voltas a certos “palmadinhas nas costas”, este ano nas
celebrações citadinas Manuel Machado não atribuiu nem ao menos uma
homenagem simples em palavras acaloradas e cheia de fundo
nacionalista, nem uma medalhinha de latão.
Ora,
levando em conta a entrevista concedida pelo presidente da Câmara
Municipal de Coimbra ao Diário as Beiras em que defendia um
investimento na melhoria da auto-estima na cidade, não bate a gota
com a perdigota. Para além de não fazer sentido com o discurso
sublinhado, este contrariar da maré citadina só veio agravar a
falta de orgulho local. Talvez se explique agora a razão do manto de
silêncio sepulcral, uma certa tristeza palpável, que se passou a
notar nos rostos dos transeuntes sobretudo nas ruas da Baixa a partir
desta última quarta-feira, dia subsequente ao das comemorações. Mas é de prever que este abatimento extravase ainda mais para o
colectivo. É mais uma machadada no umbiguismo pátrio. Que ninguém se admire se nos dias que se avizinham houver
uma procura desmesurada de psicólogos e psiquiatras em Coimbra.
Nunca uma coisa destas se viu. As consequências, imagina-se, serão
imprevisíveis implicitamente a cair para o trágico. Como sempre, a
oposição no executivo continua distraída e, assobiando o tema
“Coimbra é uma lição de amor e tradição”, sem se aperceber do anacronismo, não quer saber da
felicidade dos conimbricenses.
Calcula-se
que esta semana, no remanso de um pensamento solitário, muita gente
roeu as unhas pela frustração. E cá para mim, que sou muito justo,
estes fiéis companheiros de jornada têm muita razão e foram
injustamente maltratados. Começando por uma certa imprensa local,
que apregoa aos sete ventos de andarilho a liberdade de expressão,
então, durante quatro anos andaram a escolher os colaboradores,
expulsando os não amestrados e assistémicos, que melhor se
encaixassem no discurso formatado de uma presidência unanimista e
agora nem tiveram direito a uma medalha de ouro? Isto não se faz!
Porventura,
este comportamento disfuncional -contrário à função institucional
dos últimos anos- de Manuel Machado poderá constituir um ponto de
partida para um caso de estudo. O que estará por trás desta
cativação das vaidades elitista e popular? Será que o actual
mordomo-mor das festas da Cidade passou a admirar os que, sem peias
nem receio, lhe dizem na cara o que pensam do seu magistério e
passou a desprezar os “lambe-botas”?
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