(imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
UM HOMEM (IN)COMUM
O manto hipócrita da morte cai,
como a noite sobre o dia,
sempre que alguém se vai,
se de estatuto que amplia
a sombra dos que lhe chamam pai,
ninguém parece ver a hipocrisia,
a mentira travestida, que até abstrai,
transformar o triste finado com magia,
num santo homem, um exemplo, rezai,
o pobre olha para este teatro e desconfia,
é o politicamente correcto que nunca sai,
diáfano discriminador do poder que alicia,
eleva o poderoso e esquece o humilde, ai!
Triste sina daquele que em graça não inebria,
embrulhado no mais triste anonimato se achai,
nasce só, sozinho vai morrer sem companhia,
sem ser idolatrado, sem ser abençoado, pensai,
assim é o Homem na igualdade que o guia.
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