quarta-feira, 8 de setembro de 2021

BARÓMETRO DOS JORNAIS EM PAPEL PUBLICADOS NA BAIRRADA




Jornal da Mealhada (edição de 1 de Setembro)


POSITIVO


Após umas merecidas férias, a reentrée do Jornal da Mealhada ficou marcada com uma pujante viragem para a política partidária. Os tempos de auscultação e divulgação a isso obrigam. E muito bem. Já não era sem tempo.

Com uma capa bonita e apelativa aos sentidos, esta edição convida a desfolhar as suas 24 páginas e a degostar, tomar o sabor, os conteúdos escolhidos pela redacção.

Com duas entrevistas a dois candidatos à Câmara Municipal, respectivamente António Jorge Franco, pelo movimento Mais e Melhor, e Nélida Marques, pelo Partido Chega – salienta-se as duas fotografias em grande plano da candidata. Se na escolha do vencedor pesar o valor beleza, acreditamos, Nélida Marques já ganhou. Quanto às perguntas e respostas, no conjunto, estão muito bem, com cada concorrente a tentar passar a “sua” mensagem política.

No interior do caderno, com trechos informativos sobre o Partido Socialista, a coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada e a coligação CDU, pareceu-me haver algum cuidado na igualdade e possibilidade de dar a palavra aos concursantes às eleições no próximo 26.

Com uma reportagem sobre o nó da Pedrulha nas páginas centrais, gostei de ler esta primeira edição depois da “silly season”, período de menor informação jornalística, que ocorre em pleno Agosto, pico das férias.


MENOS BOM


Passam os meses, passam os anos, estou cada vez mais velho, e não vejo na direcção do jornal nem melhoramentos nem ambição de mudar a agulha para melhor. Como já repeti à exaustão, sem menosprezar os actuais, o título precisa de novos colaboradores que abarquem o espaço político, sobretudo com interpretações de facto e prospectivas futuras, ou seja, especulações sobre o que pode vir a acontecer.

Salvo melhor opinião, o Jornal da Mealhada está para as notícias como a máquina fotográfica está para a imagem. Sobre o que vê dispara e capta o momento. Porém, como se sabe, o momento presente passa imediatamente a passado – e muito mais num órgão local que é editado quinzenalmente. Ora, são as interpretações, projecções e ilacções que servem de ponte entre o passado e o futuro. É esse resultado retirado de silogismo que, dando um maior critério de escolha, obrigando o leitor a pensar, o “aprisiona” a uma qualquer publicação. Um cidadão que gosta de ler jornais gosta de um jornalismo vivo, virado para amanhã e com o ontem apenas a servir de referência.

Por outro lado, e também já o referi, é inadmissível que nos vários estabelecimentos da cidade da Mealhada, cafés, restaurantes, consultórios e outros, não se encontre disponível o único jornal publicado no Concelho. É preciso despoletar o bairrismo nos empresários. Nem que, para isso, a Santa Casa da Misericórdia tenha de oferecer o periódico durante um ou dois meses. Por incúria do primeiro e desinteresse dos segundos, estamos a lesar a Cultura e a provocar a iliteracia no Concelho.

Será preciso fazer um desenho?


De zero a vinte, atribuo a esta edição 14,5 valores.


JORNAL DA BAIRRADA (edição de 2 de Setembro)


Conforme nos tem habituado, pela grande qualidade jornalística, na diversidade de temas e lugares da Bairrada, ao longo dos últimos anos, continua a ser o ponteiro de uma bússola a apontar o Norte. Nada contra a referir.


De zero a vinte, atribuo a esta edição 18 valores.


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